Em reunião de Assessores de Segurança Nacional do BRICS- bloco que reúne as maiores economias emergentes, representantes do grupo tiveram como tema central o alinhamento de posições e compromissos com multilateralismo, paz global e segurança tecnológica.No encontro, o representante brasileiro, Celso Amorim, assessor-chefe de Segurança Institucional da Presidência da República do Brasil, destacou os conflitos bélicos recentes e a retomada de disputas geopolíticas, além de guerras e conflitos internos. Segundo o bloco, o número de vítimas de conflitos armados tem crescido de forma significativa nos últimos anos, ao lado de crises humanitárias que exigem uma atenção redobrada dos países do BRICS.“Na primeira vez que o Brasil presidiu o BRICS, em 2010, recebemos neste mesmo edifício os líderes dos membros fundadores. O mundo de então era diferente, mas já apontávamos para a necessidade de uma ordem global multipolar, equitativa e democrática. Não aspiramos a uma nova Guerra Fria, nem à perpetuação de um mundo unipolar. Nosso caminho é o do multilateralismo efetivo, baseado no direito internacional”, disse Amorim. Segundo dados apresentados durante a reunião, os gastos militares globais atingiram a cifra recorde de US$ 2,4 trilhões em 2024, enquanto os recursos destinados ao combate à fome, à mudança do clima e à preparação para novas pandemias permanecem insuficientes. O encontro reforçou o compromisso do BRICS com a Carta das Nações Unidas e com os princípios do direito internacional. O grupo se posicionou contra a politização de organismos multilaterais e defende a ampliação de mecanismos de mediação de conflitos que incorporem as perspectivas dos países em desenvolvimento. A justificativa é a vasta experiência em negociação de cessar-fogo, desarmamento e operações humanitárias. Essa expertise deve ser melhor aproveitada, avaliam os negociadores.No último dia 28, durante a reunião de chanceleres do Brics, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, destacou o papel e desempenho do grupo durante crises globais, além de defender o fortalecimento da diplomacia preventiva, promoção da paz e cooperação multilateral. “A expansão do BRICS fortaleceu nossa plataforma para responder a esses desafios. [...] O BRICS tem um papel vital a desempenhar no reforço dos princípios do direito internacional, no apoio à solução pacífica de controvérsias e na promoção da reforma das instituições multilaterais”, disse.Apesar da expectativa, Vieira não citou diretamente o tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Entretanto, durante seu discurso, o ministro criticou momentos de instabilidade política e “erosão do multilateralismo” vividos atualmente.Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp