Saiba as semelhanças e diferenças das operações Carbono Oculto e Poço Lobato
Ambas as ações investigam crimes na cadeia de combustíveis, mas com focos distintos
Brasília|Rafaela Soares, do R7, em Brasília
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Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Nos últimos meses, duas operações federais passaram a expor crimes distribuídos por toda a cadeia de combustíveis no país. Embora tenham focos distintos, grande parte das apurações se conecta.
A Carbono Oculto mirou a atuação do PCC no setor, enquanto a Poço Lobato, deflagrada nesta quinta-feira, concentrou esforços em um único conglomerado investigado por sonegação de tributos estaduais, municipais e federais.
O cruzamento das duas frentes revelou pontos de contato entre os investigados e mudanças estratégicas após as primeiras prisões.
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O principal alvo da operação desta semana, o grupo Refit, alterou seu modo de atuação após a paralisação de distribuidoras atingidas pela primeira investigação.
Confira, a seguir, as principais semelhanças e diferenças entre as operações.
Alvos
As duas ações atingiram o segmento de combustíveis e abordaram mecanismos de sonegação fiscal. No caso da Carbono Oculto, as autoridades também buscaram desestruturar a presença do PCC nesse mercado.
As estimativas apontam movimentação de cerca de R$ 52 bilhões por parte da facção, com uso de aproximadamente 40 fundos de investimento para ocultar valores.
Muitas instituições envolvidas mantinham sedes na avenida Faria Lima, o coração financeiro do país, em São Paulo.
A Poço Lobato, por sua vez, direcionou esforços ao grupo Refit, apontado pela Receita Federal como maior devedor contumaz de São Paulo e segundo maior do Rio de Janeiro.
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Lavagem de dinheiro
As duas operações revelaram esquemas financeiros amplos e complexos.
Segundo os investigadores, os envolvidos atuavam desde a importação e produção de combustíveis até a venda final, com estruturas destinadas à ocultação de valores por meio de fintechs, fundos e empresas intermediárias.
Na Carbono Oculto, centenas de empresas eram utilizadas para dissimular recursos ilícitos. Esse modelo elevava lucros por meio de sonegação e adulteração de produtos, prejudicando consumidores e o poder público.
O uso de instituições de pagamento, em substituição a bancos tradicionais, dificultava o rastreamento de transações. Posteriormente, o dinheiro era direcionado a fundos com várias camadas de blindagem patrimonial.
Na Poço Lobato, as apurações indicam movimentação superior a R$ 70 bilhões em um ano, com apoio de empresas internas do grupo, fundos e offshores — incluindo uma exportadora no exterior usada para ocultar lucros.
Mudança de postura
Segundo a Receita Federal, o grupo Refit mantém relações financeiras com nomes e empresas ligados à Carbono Oculto e acumula débitos superiores a R$ 26 bilhões.
Após a primeira operação, o setor sentiu impacto direto, inclusive com a paralisação de distribuidoras investigadas.
As autoridades afirmam que isso levou o grupo a reformular seu modelo financeiro, adotando estratégias consideradas ainda mais lucrativas e sofisticadas.
A Refit também surgiu em outra investigação, deflagrada em setembro, envolvendo importação irregular de combustíveis.
Quatro navios com cerca de 180 milhões de litros foram retidos.
Depois dessa etapa, a ANP determinou a interdição da refinaria do grupo devido a irregularidades como suspeitas de falsa declaração de conteúdo, falta de comprovação do refino e indícios de uso de aditivos não autorizados, possivelmente voltados à adulteração de produtos.
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Divulgação/MPSP - 27.11.2025
Valores bilionários
O volume financeiro é um dos pontos de convergência entre as duas operações.
Na Poço Lobato, o valor estimado de sonegação alcança R$ 70 bilhões em um ano. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, mencionou perdas mensais próximas de R$ 350 milhões. Os agentes também recolheram dinheiro em espécie e pacotes de esmeraldas.
Na Carbono Oculto, a estimativa de movimentação da facção chega a R$ 52 bilhões, distribuídos por dezenas de fundos criados para blindar o patrimônio.
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