As secretarias de Saúde do Distrito Federal e de Goiás estabeleceram um fluxo de atendimento para encaminhamentos de pacientes entre as duas unidades da Federação. A medida pretende resolver as demandas dos pacientes do Entorno da capital do país e entrou em vigor em 14 de fevereiro. Segundo a Secretaria de Saúde do DF, o objetivo é corrigir o fluxo principalmente do HRSM (Hospital Regional de Santa Maria) e do HRG (Hospital Regional do Gama).Segundo dados da pasta, no ano passado, por exemplo, o Hospital do Gama realizou 2.523 partos de pacientes do Entorno e 773 de moradores do DF. No Hospital de Santa Maria, foram 2.540 partos de mães do Entorno, e 1.354, do DF.“O fluxo elaborado foi embasado em análises epidemiológicas, situação de saúde, legislações vigentes, capacidade instalada e complexidade do HRG, HRSM e municípios envolvidos. A finalidade é organizar o atendimento dos municípios (Cidade Ocidental, Cristalina, Luziânia, Novo Gama, Valparaíso de Goiás) que são atendidos hoje no Hospital Regional do Gama e Santa Maria”, informou a pasta do DF.A secretaria avaliou que o fluxo infantil/pediátrico “é extremamente importante para aumentar o giro de leitos no Hospital de Santa Maria, ampliando assim a possibilidade de receber novos pacientes”.Questionada sobre o tema, a Secretaria de Saúde de Goiás pontuou que o fluxo ficará em uso experimental por dois meses, quando a proposta inicial poderá ser ampliada para todos os municípios da Ride (Região Integrada de Desenvolvimento) após adequações.Para a pasta goiana, a mudança mais significativa é referente ao atendimento pediátrico. “O novo fluxo visa organizar o encaminhamento de crianças do município de origem para os hospitais do DF, melhorar a comunicação e viabilizar a contrarreferência [encaminhamento do paciente de volta para a unidade de saúde de origem após ter recebido o atendimento especializado] de pacientes estáveis, permitindo que novos pacientes possam ser admitidos nas unidades de saúde.”A Secretaria de Saúde de Goiás reforçou que nos últimos anos houve aumento das ofertas de atendimento no Entorno, como a estadualização do Hospital de Luziânia e Formosa e a inauguração do Hospital Estadual de Águas Lindas. “Com isso, a Secretaria de Saúde de Goiás consegue oferecer mais serviços à população residente nessa região.”Para a pasta, a população será beneficiada com a melhor organização dos serviços e uma comunicação aprimorada. “Isso resultará em uma prestação de serviços mais eficiente, garantindo que os pacientes sejam encaminhados a um serviço que atenda suas demandas clínicas. Além disso, haverá maior celeridade no atendimento, evitando peregrinações em busca de assistência.”Em entrevista ao R7, a superintendente de Políticas e Atenção Integral à Saúde da Secretaria de Saúde de Goiás, Amanda Limongi, detalhou que o fluxo é “para estabelecer uma melhor regulação de comunicação entre os casos de atendimento”.“Quando eles tiverem um caso no DF que precisarem de uma contrarreferência, eles vão ter esse apoio direto com a regulação estadual para organizar esse processo e essa mudança desse paciente para outra unidade de saúde do estado de Goiás”, explica.A proposta, no entanto, ainda tem seus desafios, como o transporte dos pacientes de uma unidade para outra.“O fluxo está vigente, está acontecendo, mas até o momento tivemos pouca demanda. Temos muito a avançar e estruturar as linhas de cuidado, acesso aos usuários e assistência à saúde, o que é fundamental para atender a população”, finaliza Amanda.