Secretário diz que sistema penitenciário federal 'não é mais o mesmo' desde fugas em Mossoró

O Secretário de Nacional de Políticas Penais, André Garcia, afirmou nesta quinta-feira (4) que o sistema penitenciário federal "não é mais o mesmo" desde as fugas que aconteceram em Mossoró. "Estamos determinados, desde o dia do evento, que esse fato irrepetível", reforça. Os fugitivos da penitenciária de Mossoró foram presos depois de 50 dias de buscas.

Garcia pontuou que vistorias foram feitas em todas as cinco unidades federais e os procedimentos foram reforçados. Segundo ele, a iluminação foi trocada, 10 mil novas câmeras foram adquiridas e estão sendo instaladas, problemas estruturais foram corrigidos e revistas diárias foram implementadas.

Os dois foragidos foram capturados a 1.600km de distância do local da fuga. Rogério da Silva Mendonça, 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, 33, foram encontrados em Marabá (PA) durante uma ação conjunta da Polícia Federal e da PRF (Polícia Rodoviária Federal).

O Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirma que os homens recapturados planejavam fugir para o exterior, mas "voltarão para o lugar de onde saíram". "Fugitivos estavam em comboio do crime", afirmou o chefe da pasta, que falou em "vitória das forças de segurança". Mais quatro suspeitos de auxiliar na fuga foram detidos. Um fuzil foi apreendido com os homens, segundo a PRF.

"Quero afirmar que é uma vitória do Estado brasileiro, das forças de segurança do Brasil, que demonstra que o crime organizado em nosso país não será bem-sucedido", comemorou o ministro. Tivemos a demostração disso quando desvendamos o crime da vereadora Marielle Franco, um trabalho de inteligência capitaneado pela Polícia Federal, Ministério Público Federal e Ministério Público Estadual, mostrando que a coordenação de forças leva ao sucesso", disse Lewandowski.

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Os dois foragidos da penitenciária federal de Mossoró (RN) foram capturados nesta quinta-feira (4), 50 dias após a fuga. Rogério da Silva Mendonça, 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, 33, foram encontrados em Marabá (PA) durante uma ação conjunta da Polícia Federal e da PRF (Polícia Rodoviária Federal). Eles escaparam do presídio na madrugada de 14 de fevereiro. A fuga foi a primeira desde a implementação do Sistema Penitenciário Federal no Brasil, em 2006.

A busca pelos detentos envolveu pelo menos 600 agentes. Desde que escaparam da penitenciária, os então fugitivos foram vistos em diversas ocasiões. Dois dias após a fuga, os homens teriam feito uma família refém na zona rural de Mossoró. Nesse dia, a polícia também encontrou em uma área de mata pegadas, calçados, roupas, lençóis e uma corda, além de uma camiseta do uniforme da penitenciária.

A força-tarefa dedicada à captura encontrou, em 25 de fevereiro, um possível esconderijo onde os fugitivos permaneceram por alguns dias, próximo à prisão. Foram descobertos um facão, uma lona e embalagens de comida no local.

Em 27 de fevereiro, os fugitivos foram avistados em um vilarejo no Rio Grande do Norte, onde foram reconhecidos por moradores. Antes que a polícia pudesse intervir, eles retornaram para a mata. Uma recompensa de R$ 30 mil chegou a ser oferecida pela Polícia Federal por informações que levassem à captura.