Sem México, Lula conversa com presidente da Colômbia sobre eleições na Venezuela
López Obrador se afastou de movimento conjunto com Brasil e Colômbia que pede divulgação das atas eleitorais venezuelanas
Brasília|Caroline Aguiar, da RECORD, e Ana Isabel Mansur, do R7 em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por telefone na tarde desta quarta-feira (14) com o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, sobre as contestadas eleições na Venezuela. A informação foi confirmada pela RECORD com fontes próximas ao brasileiro. A ligação ocorreu um dia depois de o presidente do México, López Obrador, se afastar da iniciativa conjunta dos três países de tentar mediar o conflito entre o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e o candidato da oposição, Edmundo González.
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Brasil, Colômbia e México emitiram, nas últimas semanas, dois comunicados em defesa da transparência das eleições na nação vizinha e pediram a divulgação das atas eleitorais, com os dados completas das urnas. As autoridades venezuelanas ainda não apresentaram as informações. A primeira nota conjunta é de 1º de agosto, quatro dias depois das eleições na Venezuela, e o segundo texto foi divulgado na última quinta (8).
Nessa terça (13), em coletiva de imprensa, o presidente mexicano afirmou que vai esperar uma decisão da Justiça da Venezuela a respeito do impasse no pleito. A oposição venezuelana foi representada em 28 de julho por González — que se autodeclarou vencedor das eleições na segunda-feira (5) da semana passada. Ele diz ter recebido ao menos 70% dos votos.
O CNE (Conselho Nacional Eleitoral), órgão venezuelano responsável pelo pleito, proclamou a reeleição de Maduro no dia seguinte à votação. No entanto, como as autoridades da Venezuela não apresentaram as atas das eleições, o resultado não é aceito por parte da comunidade internacional nem pela oposição ao chavista.
Até o momento, o Brasil não negou nem aceitou a reeleição de Maduro. Não há consenso na América Latina sobre as eleições venezuelanas. Há, no continente, ao menos três opiniões — algumas nações já aceitaram a suposta reeleição de Maduro, como Bolívia e Cuba; outras já negaram, como Argentina, Chile, Paraguai e Peru; e ainda há um terceiro grupo, que não nega nem aceita a vitória do chavista, como Brasil, Colômbia e México.