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Sem votação do relatório final, presidente da CPI do MST diz que colegiado 'incomodou demais'

Comissão Parlamentar de Inquérito encerrou as atividades sem a votação do relatório e sem o indiciamento de investigados

Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília

CPI do MST encerrou atividades sem votar relatório
CPI do MST encerrou atividades sem votar relatório CPI do MST encerrou atividades sem votar relatório

Após quatro meses de investigação, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) encerrou as atividades nesta quarta-feira (27) sem a votação do relatório final, de autoria do deputado federal Ricardo Salles (PL-SP). O texto de Salles pedia o indiciamento de 11 pessoas, entre elas o general Marco Edson Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo Lula, e o líder da Frente Nacional de Luta (FNL), José Rainha.

Em coletiva de imprensa na Câmara, o presidente do colegiado, tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS), agradeceu o trabalho da comissão e criticou o MST e o governo federal. "A CPI incomodou demais, avançou muitos sinais e foi pressionada a encerrar suas atividades quando convocou o ministro da Casa Civil, Rui Costa, ex-governador da Bahia, o estado campeão nas invasões de propriedades rurais e urbanas, privadas e públicas", comentou.

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Mesmo com o encerramento das atividades, Zucco afirmou que vai entregar ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), uma lista de projetos que endurecem penas contra ocupações de terra. Entre as propostas do pacote, batizado de "invasão zero", há projetos que vedam a concessão de benefícios sociais, crédito agrícola ou a nomeação para cargos públicos para quem participa de invasões. Está incluso até mesmo o impedimento de participar de programas relacionados à reforma agrária.

"Outra proposta classifica como terrorismo os atos violentos contra propriedades públicas e privadas. E também o que permite a ação da polícia sem a necessidade de ordem judicial para retomada de propriedades invadidas. Cabe ao setor produtivo se manter mobilizado, apoiar e pressionar este Parlamento para que essas propostas sejam aprovadas em regime de urgência", afirmou Zucco.

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Ricardo Salles também criticou o movimento e afirmou que o trabalho da CPI "chegou a bom termo, ainda que manobras regimentais e cooptação governamental tenham feito com que o relatório não fosse submetido à aprovação". "Está nas mãos da sociedade brasileira cobrar das autoridades a reversão dessa situação vexaminosa", completou.

Esta é a terceira vez que uma investigação contra o MST no Congresso termina sem desfecho. Em 2003 e 2005, parlamentares também instalaram CPIs com o mesmo tema — e que terminaram sem o indiciamento de integrantes do movimento.

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Governistas comemoram fim do colegiado

Por outro lado, parlamentares da base governista comemoraram o fim do colegiado sem a votação do relatório. "Foi uma dura batalha, mas vencemos. CPI do MST encerra sem relatório, e bolsonaristas não conseguiram seu objetivo de criminalizar os movimentos do campo", afirmou o deputado Nilton Tatto (PT-SP).

"A CPI do MST acabou sem a votação de relatório, só comprovando o que todos nós já sabíamos: era um verdadeiro circo armado para desmoralizar um movimento legítimo e importantíssimo para o Brasil", comentou a deputada Camila Jara (PT-MS).

Ao fazer uma avaliação dos trabalhos da comissão, o deputado comentou que a CPI tomou o tempo e energia dos parlamentares, além de ter gasto dinheiro público, para apurar o que não tinha que apurar, como o que já aconteceu em CPIs anteriores que tentaram investigar crimes ligados ao MST e à reforma agrária.

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