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R7 Brasília

Líder do governo no Senado diz que comparação de Lula entre Israel e o nazismo 'não é pertinente'

Jaques Wagner também criticou os ataques terroristas do Hamas e a morte de civis na Faixa de Gaza

Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília

Em pronunciamento, à bancada, senador Jaques Wagner (PT-BA).
Em pronunciamento, à bancada, senador Jaques Wagner (PT-BA). Marcos Oliveira/Agência Senado

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou nesta terça-feira (20) que não foi "pertinente" a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparando a reação de Israel no conflito em Gaza com o Holocausto na Alemanha nazista. Além de líder do governo Lula na Casa, Wagner é judeu e, durante o discurso, também condenou ataques terroristas empregados pelo Hamas.

"Na minha opinião, não traz à baila o episódio do Holocausto para nenhuma comparação, porque fere sentimentos, inclusive meus, de familiares perdidos naquele episódio, que era uma máquina da morte, com câmaras de gás", afirmou Jaques Wagner. 

Em seguida, o parlamentar também criticou Israel e disse que o presidente Lula busca a paz e o cessar-fogo na região. 

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também repudiou a comparação feita por Lula e disse que a fala merece um pedido de desculpas por parte do governo brasileiro. O Senado não pode "compactuar com as afirmações que compararam a ação militar que está ocorrendo na região neste momento com o Holocausto", disse Pacheco. "Não há como estabelecer um comparativo com a perseguição sofrida pelo povo judeu no nazismo", completou. 


A fala de Lula também gerou reações de outros parlamentares. Na Câmara, um grupo de deputados federais anunciou que vai protocolar um pedido de impeachment contra o petista.

Entenda

A declaração de Lula foi feita em entrevista coletiva no último domingo (18), depois da participação do presidente na 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, em Adis Adeba, capital da Etiópia. "O que está acontecendo na Faixa de Gaza, com o povo palestino, não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler decidiu matar os judeus", disse.


Após as declarações de Lula, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, criticou o presidente e descreveu suas palavras como vergonhosas e graves. Ele anunciou que o ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, convocaria o embaixador brasileiro em Israel, Frederico Meyer, para uma "dura" repreensão formal.

"Trata-se de banalizar o Holocausto e de tentar prejudicar o povo judeu e o direito de Israel se defender. Comparar Israel ao Holocausto nazista e a Hitler é cruzar uma linha vermelha. Israel luta pela sua defesa e pela garantia do seu futuro até à vitória completa e fará isso ao mesmo tempo, em que defende o direito internacional", declarou nas redes sociais.


O presidente de Israel, Isaac Herzog, também foi às redes sociais para dizer que condena veementemente a declaração do presidente do Brasil. Herzog disse que há uma "distorção imoral da história" e apela "a todos os líderes mundiais para que se juntem a mim na condenação inequívoca de tais ações".

Entidades e organizações também criticaram a declaração de Lula. A Conib (Confederação Israelita do Brasil) repudiou a fala. A instituição classificou a afirmação como "distorção perversa da realidade que ofende a memória das vítimas do Holocausto e de seus descendentes".

Então, Presidente, eu quero lhe dizer que comungo com V. Exa. e falo isso aqui por já ter comunicado a quem de direito, porque eu acho que a comparação não é pertinente, mas a condenação da morte de civis, crianças, homens e mulheres na Faixa de Gaza é um absurdo sob a desculpa de caçar o Hamas.

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