A proposta para aumentar o número de deputados federais de 513 para 531 tem sido criticada por senadores e pode enfrentar dificuldades quando for avaliada na Casa.Os próximos passos dependem do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que acompanha a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em viagem à Rússia e à China. O futuro da proposta na Casa será decidido quando ele retornar da viagem.O projeto para criar os novos cargos foi construído na Câmara para atender a uma demanda do STF (Supremo Tribunal Federal) ligada às mudanças demográficas do último Censo, de 2022, que mostrou falta de representatividade em alguns estados.A definição inicial seria de um rearranjo de cadeiras — com alguns estados perdendo deputados, e outros ganhando. Mas para não prejudicar nenhuma unidade da Federação, os deputados propuseram o crescimento do número de parlamentares.A proposta foi aprovada na Câmara e aguarda análise do Senado, onde senadores de diferentes linhas políticas têm uma avaliação negativa em relação ao texto.“Não tem que aumentar um deputado federal. O que deve ser feito são adaptações. Se acham que existe alguma injustiça, reduzam quem tem mais, e ampliem para quem, proporcionalmente, tem direito, com respeito ao número de habitantes”, diz Paulo Paim (PT-RS).Senadores também consideram não ser o momento político ideal para ampliar o número de deputados e que a proposta pode elevar os gastos públicos. A estimativa da própria Câmara é de que a mudança, caso efetivada, gere um custo adicional de R$ 65 milhões por ano.O senador Cleitinho (Republicanos-MG), que também é crítico do projeto, considera que o texto não tem maioria para ser aprovado no Senado e que a proposta traz riscos a outras instâncias políticas. “Abre o precedente para que as assembleias também possam ter mais deputados estaduais, até as Câmaras Municipais”, diz.Nos bastidores, líderes da Câmara sustentam que o texto foi negociado com Alcolumbre e deve ser aprovado também no Senado.Deputados também consideram que a perda de representatividade em estados que eventualmente deixem de ter cadeiras pode ser mais grave do que os impactos financeiros de se aumentar o número de representantes da Casa.Ao R7, o relator do projeto na Câmara, Damião Feliciano (União-PB), defendeu que os valores gastos em novos mandatos devem ser compensados a partir de uma reorganização da Casa.“A Câmara dos Deputados está fazendo um estudo interno. O presidente Hugo Mota determinou que esses recursos fossem cortados de algum lugar e que não houvesse, dentro do montante, uma diminuição, uma alteração de gastos“, diz.Pelo fato de o estudo ainda não ter sido concluído, não há informação da origem dos cortes de gastos.Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp