Senadora apresenta projetos contra ‘ativismo judicial’ do STF
Ideia é impedir que tribunais criem regras com efeito de lei e conceder mais espaço para advogados falarem
Brasília|Do R7, em Brasília

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) entregou dois projetos de lei com o objetivo de limitar o poder dos tribunais superiores, principalmente o STF (Supremo Tribunal Federal), de mudar o sentido de leis aprovadas pelo Congresso.
A ideia central é impedir que decisões judiciais passem a “valer como lei”, o que a senadora chama de ativismo judicial — quando o Judiciário assume o papel do Legislativo.
Segundo Damares, quem tem autorização constitucional para criar leis são os deputados e senadores, e não os tribunais.
“A função do Poder Judiciário é interpretar e aplicar a legislação debatida e aprovada pelo Poder Legislativo”, explica a parlamentar.
Segundo ela, “qualquer inovação produzida por quem não possui a prerrogativa constitucional de legislar deve ser inadmitida”.
“Eis que os parlamentares são os verdadeiros representantes do povo e essa representatividade os legitima para definir o ordenamento jurídico pátrio”, afirma.
O que os projetos mudam
As propostas entregues por Damares alteram o Código de Processo Civil, que regula como funcionam os processos na Justiça, e trazem três mudanças principais:
Tribunais não podem criar regras com efeito de lei
Atualmente, decisões e resoluções de tribunais podem, na prática, mudar o funcionamento de leis aprovadas pelo Congresso. Os PLs querem proibir essa prática.
Julgamento eletrônico só se ocorrer com acordo das partes
Hoje, um relator pode decidir sozinho se o processo será julgado de forma eletrônica, sem sessão presencial. A ideia da senadora é que a escolha fique nas mãos das partes envolvidas.
O jugamento eletrônico acontece quando ministros ou desembargadores votam por meio do computador, sem sessão de debate.
Advogados com mais espaço para falar durante os julgamentos
Os projetos também buscam garantir o direito de sustentações orais — quando o advogado defende presencialmente seu cliente antes da votação — mesmo em julgamentos eletrônicos.
O que motivou a senadora
Damares cita como exemplo a Resolução nº 591 do Conselho Nacional de Justiça, que destacou que os julgamentos poderiam ser eletrônicos conforme decisão do relator. Para ela, isso reduz o direito de defesa e impede que advogados influenciem no julgamento no momento da sessão.
A senadora afirma que os projetos “protegem a separação entre os poderes” e garantem que mudanças nas leis só ocorram por quem foi eleito para legislar.
Os projetos serão enviados à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Se forem aprovados, seguem para votação no plenário e depois para análise da Câmara dos Deputados.
Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da RECORD, no WhatsApp













