Senadores pedem impeachment de Gilmar Mendes por ‘conflito de interesse’
Parlamentares alegam irregularidades em contratos firmados entre o IDP e a CBF

Os senadores Eduardo Girão (Novo-CE) e Magno Malta (PL-ES) apresentaram, nesta quarta-feira (9), um pedido de impeachment contra o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes.
No documento, entre outras questões, os parlamentares alegam suposto “conflito de interesse” nos contratos firmados entre o IDP (Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa), faculdade fundada pelo ministro, e a CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
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Atualmente, o IDP é presidido pelo filho de Gilmar, Francisco Schertel Mendes. No pedido, os senadores apontam que o ministro deveria ter se declarado suspeito para julgar uma ação no STF protocolada pelo PCdoB, que tratava sobre a recondução de Ednaldo Rodrigues ao posto de presidente da CBF.
Os senadores dizem que Gilmar atuou no caso “mesmo tendo a instituição de ensino do qual é sócio com outros familiares assinado, meses antes, contrato milionário com a própria CBF, ainda sob administração de Ednaldo”.
Os parlamentares ainda mencionam outros três pontos para solicitar o impeachment de Gilmar, como:
- Suposta participação de ato político-partidário na entrega dos primeiros 100 km da BR-163, entre as cidades de Diamantino e Nova Mutum (MT), que aconteceu em dezembro de 2024. “Cabe destacar que o irmão do denunciado é prefeito da cidade de Diamantino”, sustentam os parlamentares.
- Suposta interferência em matéria exclusiva do parlamento por atuar de “maneira ostensiva” a favor da volta da homologação trabalhista em sindicato, utilizando-se do cargo que ocupa para dar crédito ao projeto de lei que trata do retorno da homologação sindical;
- Suposta atuação empresarial do ministro, enquanto sócio do IDP, que tem fins lucrativos, e que isso “desrespeita” os princípios éticos que devem nortear a conduta dos membros da magistratura. “Principalmente quando se utiliza da sua posição para influenciar a assinatura de contratos com entidades públicas e privadas”.
A Constituição prevê a possibilidade de destituição de um ministro do STF por crime de responsabilidade. Entretanto, em 134 anos de história do Supremo, não houve afastamento de nenhum deles.
No momento, 49 pedidos de impeachment de ministros do STF aguardam uma definição do Senado.
Como funciona o processo de impeachment de um ministro
O processo de impeachment contra ministros do STF segue regras definidas pela Constituição e pela Lei do Impeachment. Qualquer cidadão pode denunciar um ministro por crime de responsabilidade, como abuso de poder ou violação de direitos constitucionais.
O primeiro passo para o processo de impeachment de um ministro é a apresentação de uma denúncia ao Senado, acompanhada de documentos ou provas. Saiba como funciona:
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