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R7 Brasília

Servidores do Itamaraty falam em ‘inércia’ do governo em retirar brasileiros do Líbano

Em comunicado, funcionários da pasta argumentam que a “demora inaceitável por parte do MRE em agir pode custar vidas”

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Ministro Mauro Vieira respondeu questionamentos sobre a guerra na Faixa de Gaza e acordo entre o Mercosul e a UE
Itamaraty é chefiado pelo ministro Mauro Vieira Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

Os servidores do Ministério das Relações Exteriores, por meio do SindiItamaraty, divulgaram um comunicado em que falam de um cenário de “inércia” por parte do governo federal em relação aos funcionários, seus familiares e dos cerca de 20 mil brasileiros que residem no Líbano, país localizado no Oriente Médio e atingido por ataques aéreos israelenses. “Enquanto nações, como os Estados Unidos, ordenaram a evacuação dos familiares e do seu corpo diplomático, o corpo diplomático brasileiro ainda aguarda instruções claras”, dizem.

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“Diante da intensificação dos ataques de Israel ao Líbano, o Sinditamaraty manifesta extrema preocupação com a segurança dos servidores do Itamaraty e de seus familiares em Beirute. O agravamento da situação, em especial desde 20 de setembro, que já contabiliza mais de mil mortos nos bombardeios à capital libanesa, sendo cinco brasileiros entre as vítimas, gera crescente temor entre a comunidade brasileira no país”, diz o texto.

“O Sinditamaraty clama, publicamente, que o MRE apresente, de forma imediata, um plano detalhado de evacuação e tome medidas urgentes para garantir a segurança de seus servidores e familiares. Relatos de bombardeios indiscriminados e ataques em áreas residenciais transformaram toda a extensão de Beirute em uma zona de guerra. A demora inaceitável por parte do MRE em agir pode custar vidas. Cabe citar que essa não é primeira vez que os servidores lidam com a ausência de orientações e protocolos claros: mais recentemente situação similar foi vivida na Cisjordânia. Diante da urgência da situação, o Sinditamaraty reitera sua apreensão e cobra o posicionamento imediato do Itamaraty”, finaliza.

Além disso, o sindicato enviou um pedido “urgente” à Secretaria-Geral do Itamaraty solicitando ações imediatas para garantir a segurança dos servidores e de familiares no país. O documento alerta para o agravamento da situação, com a iminência de uma invasão terrestre em Beirute. “O Sinditamaraty reforça que, devido à escalada do risco, o Itamaraty precisa fornecer orientações precisas e imediatas sobre as etapas de um possível plano de retirada, garantindo a segurança de todos os envolvidos”.


A reportagem procurou o Ministério das Relações Exteriores e aguarda manifestação.

Operação de resgate

Como mostrou o R7, o Brasil começou no dia 23 um planejamento para uma operação de resgate de brasileiros em Beirute, no Líbano. A Embaixada do Brasil vai consultar a comunidade brasileira no Líbano para saber quantas pessoas têm interesse em uma possível repatriação. Hoje, 20 mil brasileiros vivem no país. Desde 7 de outubro do ano passado, a região vive uma escalada de tensões após o grupo paramilitar atacar território israelense em apoio ao Hamas.

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