Silveira diz que não pode considerar convite de Bolsonaro para ser líder
Político do PSD-MG, que é aliado do presidente Rodrigo Pacheco, justifica que não está 'investido do cargo de senador'
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
Convidado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para assumir a liderança do governo no Senado, Alexandre Silveira (PSD-MG) afirmou, nesta quinta-feira (20), que não pode avaliar o convite "por não estar investido do cargo de senador". O político assumirá, no início de fevereiro, a vaga do senador Antonio Anastasia (PSD-MG), que ocupará uma cadeira de ministro no TCU (Tribunal de Contas da União).
"Recebi do presidente da República o convite para assumir a liderança do governo no Senado. Acredito que o convite se deu pela nossa capacidade de diálogo e disposição para discutir os projetos que interessam aos brasileiros, acima de qualquer ideologia ou questão partidária", disse Silveira.
"Mas como não estou investido do cargo de senador da República, não posso considerar a avaliação da proposta no momento. Meu objetivo é, com responsabilidade e muito trabalho, cumprir um mandato que orgulhe os mineiros e as mineiras, independente de governos ou ideologias", acrescentou.
A informação de que Silveira iria recusar a oferta foi antecipada pelo R7. O convite foi feito com a avaliação de que ele poderia apaziguar a relação conflituosa que Bolsonaro tem com o Senado, onde muitos projetos políticos do mandatário emperram ou são derrotados. O político tem bom trânsito com Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado e, por isso, na visão do Planalto, poderia amenizar o tom entre ambos e trazer benefícios para o chefe do Executivo.
Como servidor do Senado, Silveira comandou a Diretoria de Assuntos Técnicos e Jurídicos. Atualmente é presidente do PSD mineiro, além de ter sido eleito duas vezes deputado federal e ter atuado duas vezes como secretário estadual.
Silveira reuniu-se na semana passada com Bolsonaro para tratar sobre os estragos causados pelos alagamentos que atingiram cidades mineiras.
O último líder do governo no Senado foi Fernando Bezerra (MDB-PE), que deixou o cargo em 15 de dezembro de 2021 após perder a disputa para a vaga de senador no TCU. Na ocasião, Anastasia ganhou a disputa com 52 votos. Outros nomes estudados para o posto são os senadores Eduardo Gomes (MDB-TO) e Marcos Rogério (DEM-RO), que ganhou visibilidade com a CPI da Covid-19.