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R7 Brasília

Sob risco de seca histórica, rios da região Norte entram em situação de escassez hídrica

Agência reguladora declarou situação de escassez hídrica nos rios Madeira e Purus, que passam pelo Amazonas, Acre e Rondônia

Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília


Rio Madeira em estado de alerta devido à seca Defesa Civil de Porto Velho/Divulgação

A ANA (Agência Nacional das Águas e Saneamento Básico) declarou situação de escassez de recursos hídricos nos rios Madeira e Purus, incluindo seus afluentes, que correm sobre a maior parte do sudoeste da Amazônia. Segundo a agência, essa medida visa intensificar o monitoramento hidrológico das bacias e propor ações preventivas para mitigar os impactos da seca na região Norte. A decisão ocorreu nesta segunda-feira (29), em votação da diretoria colegiada da agência, e o alerta vale até 30 de novembro. A região Norte está em alerta desde o ano passado devido à iminência de uma seca histórica, que pode causar prejuízos bilionários para a indústria e o comércio.

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O rio Madeira possui 1,4 mil km de extensão, com 43% dessa área localizada em território brasileiro, passando pelos estados de Rondônia e Amazonas. O rio Purus tem aproximadamente 3,2 mil km de extensão e atravessa os estados do Amazonas e Acre.

Para tomar a decisão, a ANA considerou dados de institutos de climatologia que mostraram que as chuvas nas bacias dos rios Madeira e Purus foram abaixo da média de novembro a abril. Essa tendência de poucas chuvas continua no período seco atual.

As informações sobre o clima e a água para este ano mostram que a situação pode ser tão ruim ou pior do que a do ano passado.


“As anomalias negativas de chuva afetaram os níveis dos rios da região, que se mantêm próximos aos valores mínimos históricos. Como resultado, os usos da água estão sendo impactados, especialmente aqueles que dependem de níveis adequados nos corpos hídricos, como a navegação e a geração hidrelétrica”, afirma a agência.

“As declarações buscam comunicar aos governantes e à população a gravidade da situação de seca na região, permitindo que instituições gestoras e diferentes usuários de recursos hídricos no rio Madeira e na bacia do rio Purus adotem medidas preventivas para mitigar os impactos nos diversos usos da água”, completa a agência.


Prejuízos por seca são os maiores no país

Por 24 anos, a estiagem e a seca foram os desastres climatológicos que mais afetaram e causaram prejuízos no Brasil. Entre 2000 e 2023, os fenômenos geraram danos de ao menos R$ 359 bilhões no setor privado e de R$ 32 bilhões na área pública, totalizando R$ 391 bilhões, além de atingir 110 milhões de brasileiros, segundo um levantamento feito pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil.

Segundo os números, o prejuízo anual pela falta de chuva é estimado de R$ 16 bilhões. Rio Grande do Sul, Ceará, Mato Grosso, Bahia e Paraíba estão entre os estados mais afetados.


O levantamento mostra que, no setor privado, a agricultura foi a área com maiores prejuízos, chegando a R$ 258 bilhões no período. Ainda no agronegócio, a pecuária também registrou danos consideráveis, com R$ 84 bilhões. No Brasil, o setor representa aproximadamente 25% do PIB (Produto Interno Bruto) — a soma de todos os bens e serviços finais produzidos pelo país.

Em relação ao prejuízo público, o abastecimento de água foi o mais afetado, registrando um rombo de R$ 30 bilhões, o equivalente a 94,44% de todo o dano do governo. Em alguns anos, o levantamento não incluiu informações de todos os estados. Dessa forma, podem existir danos que não foram calculados.

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