Brasília 'Somos atacadas', diz ministra sobre pressão por trocas em pastas chefiadas por mulheres

'Somos atacadas', diz ministra sobre pressão por trocas em pastas chefiadas por mulheres

Sonia Guajajara, dos Povos Indígenas, criticou a reforma ministerial, que pode diminuir o número de mulheres na Esplanada

  • Brasília | Augusto Fernandes, do R7, em Brasília

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara

Rafa Neddermeyer/Canal Gov - 25.7.2023

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, afirmou que as ministras do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) são "atacadas todos os dias" por pessoas que querem o comando de ministérios chefiados por mulheres. A fala ocorreu durante a abertura da Marcha das Margaridas, em Brasília, nesta terça-feira (15). "É a primeira vez que nós temos o maior número de mulheres ministras na Esplanada dos Ministérios. E, por ser a primeira vez, nós somos atacadas todos os dias, quando querem tirar ainda de nós esse lugar e entregar para os homens. Mas, juntas, nós não vamos permitir", afirmou Guajajara.

Ao assumir o governo, no início do ano, Lula empossou um número recorde de ministras, escolhendo 11 mulheres para ficar à frente de pastas do governo dele. Em julho, no entanto, o presidente deu início a um processo de trocas na Esplanada, e a primeira pessoa a ser substituída foi Daniela Carneiro, que comandava o Turismo. Para o lugar dela, Lula escolheu Celso Sabino.

O centrão negocia ter mais espaço no governo e almeja ao menos duas pastas controladas por mulheres: Saúde, da ministra Nísia Trindade, e Esporte, da ministra Ana Moser. Os deputados André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) já foram escolhidos para compor o corpo ministerial de Lula, mas o presidente ainda não definiu quais pastas eles vão comandar.

Apesar do desejo do centrão pelos ministérios liderados por mulheres, Lula quer manter o controle dessas pastas. Para não demitir atuais ministros e mesmo assim ampliar a presença do centrão na Esplanada, a equipe do presidente estuda a viabilidade de criar ministérios.

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As conversas no Palácio do Planalto giram em torno do desmembramento da pasta de Portos e Aeroportos. Caso isso aconteça, o atual ministro, Márcio França, ficaria responsável apenas por Portos. Além disso, o governo analisa a possibilidade de criar o Ministério da Pequena e Média Empresa, que hoje é uma secretaria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

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