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Sonia Guajajara defende criação de 1ª universidade indígena: ‘Valorização dos saberes’

Ministra também comentou sobre 1ª Conferência das Mulheres Indígenas que deve entregar 50 propostas ao governo

Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, em BrasíliaOpens in new window

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RESUMO DA NOTÍCIA

  • Sonia Guajajara defende a criação da 1ª universidade indígena no Brasil para valorizar saberes indígenas.
  • Grupo de trabalho será formado para discutir cursos e demandas a serem atendidas na nova universidade.
  • A Conferência Nacional das Mulheres Indígenas propôs 50 ações prioritárias ao governo para atender suas necessidades específicas.
  • A ministra destaca a importância da COP30 na Amazônia e a necessidade de reconhecimento dos territórios indígenas como forma de mitigar mudanças climáticas.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Ministra comentou também 1ª Conferência das Mulheres Indígenas Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil - 06.08.2025

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, comentou nesta quarta-feira (6) sobre a importância da inauguração da primeira universidade indígena do Brasil, um projeto do governo federal em andamento. Segundo a ministra, a medida é uma “valorização dos saberes indígenas”.

“A Política Nacional de Participação Indígena está sendo discutida há quase trinta anos. Agora, conseguimos reunir todas essas informações e o ministro [da Educação], Camilo [Santana], rapidamente assinou uma portaria instituindo um grupo de trabalho para a criação da primeira universidade indígena”, disse.


Segundo Guajajara, o grupo de trabalho vai discutir quais os cursos e principais demandas que precisam ser atendidas nesta universidade. “Independente do espaço físico, [a universidade vai] trazer todas essas sabedorias [indígenas], independente de um diploma acadêmico. É a valorização de um conhecimento próprio também. A ideia é que a universidade tenha uma base administrativa e funcione descentralizada dentro de outros campus”, contou.

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Ela afirmou que a expectativa é construir uma grade curricular que valorize o conhecimento indígena e possa trazer cursos que preparem os indígenas a atuar dentro do próprio território. “Porque a medicina, a enfermagem, o direito, os indígenas hoje já conseguem acessar por meio de cotas afirmativas que o governo Lula reforçou. Por isso, queremos construir uma universidade que valorize os saberes indígenas para que eles possam voltar e atuar dentro dos próprios territórios”, assegurou.


Conferência das Mulheres Indígenas

Além disso, Sonia Guajajara falou sobre as expectativas e os resultados alcançados nos dois primeiros dias da Conferência Nacional das Mulheres Indígenas, que começou na segunda-feira com o tema “Mulheres Guardiãs do Planeta pela cura da Terra”. As declarações foram feitas nesta quarta-feira (6) no Bom dia, Ministro.

A Conferência, que reúne cerca de 5.000 mulheres indígenas dos seis biomas brasileiros que também estão em Brasília para a IV Marcha das Mulheres Indígenas, é coordenada pelo Ministério dos Povos Indígenas e pelo Ministério das Mulheres, com o apoio da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade.


“Estamos realizando a primeira conferência para desenvolver políticas específicas para as mulheres indígenas. Elas têm demandas diferentes, que muitas vezes o Estado já tem instrumento, mas as mulheres indígenas têm muita dificuldade de acessar esses órgãos, tanto pelo distanciamento, difícil acesso, como a questão da língua”, citou.

Segundo Guajajara, os temas centrais estão sendo a questão territorial, o direito da terra, a questão climática das mulheres, a bioeconomia e o combate a violência de gênero. “O Brasil, sendo um país muito machista, é marcado por violência contra as mulheres até hoje e nos territórios indígenas não é diferente”, avaliou.


Ela adiantou que a Conferência vai encerrar os debates nesta tarde e apresentar 50 propostas prioritárias de sugestões de ações do governo às principais demandas das mulheres indígenas. “Vamos assinar uma portaria conjunta, o Ministério dos Povos Indígenas, com o Ministério das Mulheres, instituindo um grupo de trabalho para dar andamento à construção do plano [de enfrentamento à violência contra às mulheres indígenas”, contou.

COP30

Sobre a COP30, a ministra reforçou a importância do evento ser na Amazônia. “Precisamos nessa COP cobrar o compromisso dos países desenvolvidos para que assumam acordos que venham de fato enfrentar as mudanças climáticas. Acho que não é só chegar lá e cobrar do governo brasileiro, afinal de contas a COP30 é um evento global das Nações Unidas, composta por 198 países, e esses líderes precisam assumir compromissos conjuntos”, afirmou.

Uma das propostas que o ministério pretende apresentar na COP, é o “reconhecimento dos territórios indígenas como uma das alternativas eficazes para mitigar a mudança do clima”. “Os territórios indígenas, comprovadamente são os mais preservados, onde tem a maior diversidade. A gente apresenta essa proposta para ser incluída nas nossas NDCs — Contribuições Nacionalmente Determinadas”, observa.

Sonia reforçou a preparação feita pela pasta para o debate dos indígenas no evento. Como o Programa Kuntari Katu - Líderes Indígenas na Política Global, realizado em parceria com o Ministério das Relações Exteriores e com o Ministério do Meio Ambiente, com foco em preparar lideranças indígenas para atuação em favor dos interesses e direitos dos povos originários no âmbito da COP30. Os alunos já participaram de eventos internacionais com essa missão e irão incidir diretamente na conferência em novembro.

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