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Sonia Guajajara diz que técnico do Palmeiras ‘errou, e muito’ ao usar expressão ‘índio’

Nesta semana, Abel Ferreira argumentou que time não era formado por ‘equipe de índios’ e que possuía organização

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília


Sonia Guajajara critica técnico do Palmeiras Ascom/MPI

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, usou as redes sociais nesta sexta-feira (12) para afirmar que o técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, “errou e muito” ao usar a expressão “equipe de índios”. O treinador, que é português, pediu desculpas após repercussão negativa.

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“O técnico do Palmeiras errou, e muito, na sua declaração. Gostaria de convidá-lo a conhecer a história dos povos indígenas do Brasil. E também conhecer a história de colonização de Portugal, seu país de origem, em relação ao Brasil e como estamos trabalhando para rever isso”, disse Sonia.

“O próprio presidente de Portugal, recentemente, admitiu que o país foi responsável por uma série de crimes contra escravos e indígenas no Brasil. Uma declaração muito importante porque o reconhecimento de tais crimes é o 1º passo para ações concretas de reparação”, completou.

Segundo a ministra, o posicionamento do presidente de Portugal trouxe a “relevância inadiável de avançarmos numa agenda de igualdade étnico racial como premissa da cidadania”. Sonia lembrou que a ministra de Igualdade Racial, Anielle Franco, esteve em junho no país europeu e assinou um memorando de entendimento para desenvolver ações para sensibilizar e educar a sociedade sobre a importância da igualdade racial.


“Essas ações são importantíssimas e passam também pelo combate a estereótipos em relação a esses povos, que levam a falas inadmissíveis como essa de Abel Ferreira”, afirmou Sonia.

A palavra índio faz alusão ao ser exclusivamente selvagem e foi usado por colonizadores de forma pejorativa para designar os povos que viviam na América.


Outro lado

A declaração de Abel ocorreu nesta semana durante coletiva de imprensa após a vitória de Palmeiras sobre o Atlético-GO. O português estava analisando a função que determinados jogadores fazem durante a partida, que possibilitam mais dinâmica e equilíbrio ao time. “Porque isso não é uma equipe de índios. Há uma organização e dentro dessa organização há liberdade para eles criarem”, afirmou o esportista.

Depois da repercussão negativa, Abel pediu desculpas. “Repudio toda e qualquer forma de preconceito e discriminação. Infelizmente, há expressões que continuamos a perpetuar sem que nos debrucemos sobre o seu conteúdo. Errei ao usar uma dessas expressões na coletiva de imprensa. Reconheço que palavras têm poder e impacto, independentemente da intenção. Devemos todos questionar, pensar e melhorar todos os dias. Peço desculpa a todos e, em especial, às comunidades indígenas”, afirmou via assessoria de imprensa.


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