STJ nega pedido de impeachment contra Domingos Brazão, réu por mandar matar Marielle
O processo está sob sigilo e a decisão foi dada no último dia 21 por unanimidade
Brasília|Do R7
A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça negou um pedido de instauração de processo de impeachment contra o conselheiro do TCE-RJ (Tribunal de Contas do Rio de Janeiro) Domingos Brazão por crime de responsabilidade.
Brazão está preso acusado de envolvimento nas mortes da ex-vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O processo está sob sigilo e a informação foi confirmada pelo R7. A decisão foi dada no último dia 21, por unanimidade e sem discussão.
O relator, ministro Raul Araújo, negou o pedido após dizer que a suposta autoria intelectual de crime de homicídio não pode ser equiparado ao crime de responsabilidade.
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Apontados como mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco, em março de 2018, os irmãos Chiquinho Brazão e Domingos Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa foram presos em 24 de março em uma operação da Polícia Federal, com participação da Procuradoria-Geral da República e do Ministério Público do Rio de Janeiro.
Em junho, por unanimidade, a Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) tornou réus os cinco principais suspeitos de terem planejado o assassinato da ex-vereadora Marielle Franco: o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ); Domingos Brazão; Robson Calixto da Fonseca, conhecido como Peixe, assessor do conselheiro; o delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa; e o major Ronald Paulo de Alves Pereira.
Prevaleceu o voto do relator da ação, ministro Alexandre de Moraes. Ele disse haver vários indícios de elementos que solidificam as afirmações feitas na delação premiada de Ronnie Lessa. Moraes apontou que a denúncia está fundamentada em diversos materiais investigativos que comprovam as informações apresentadas pela PGR (Procuradoria-Geral da República).
João Francisco Inácio Brazão, conhecido como Chiquinho, é deputado federal. Assim como Marielle, ele era vereador do município quando o assassinato ocorreu. O envolvimento do parlamentar fez com que as investigações fossem ao Supremo Tribunal Federal, já que Chiquinho tem foro privilegiado.
Domingos Brazão é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. O autor dos disparos que mataram Marielle e Anderson, o ex-policial militar Ronnie Lessa, afirmou aos investigadores, em delação premiada, que Domingos teria encomendado o crime.
Lessa teria afirmado que o crime seria uma vingança contra o ex-deputado estadual Marcelo Freixo e a ex-assessora dele, Marielle Franco. Os três travavam disputas na área política do estado, segundo os investigadores.