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Sul Global ganha protagonismo na COP30 com ausência dos EUA e falta de compromisso europeu

União Europeia ainda não apresentou metas para reduzir poluição, enquanto EUA anunciaram saída do Acordo de Paris

Brasília|Giovana Cardoso e Lis Cappi, do R7, em Brasília

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Pré-COP começou nesta segunda Rafa Neddermeyer/COP30 Brasil Amazônia/PR

Países em desenvolvimento, conhecidos como do “Sul Global”, ganham destaque pelo empenho para cumprir metas climáticas às vésperas da COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025), preenchendo lacunas deixadas pelos Estados Unidos e a falta de compromissos claros de países europeus.

Até o início da pré-COP, na segunda-feira (13), a União Europeia, líder em assuntos ambientais, não havia manifestado as metas de contribuição ambiental, as chamadas NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas), com a promessa de ainda discutir saídas ambiciosas.


De outro lado, os EUA ainda mantêm a previsão de deixar o Acordo de Paris a partir de 2026. O acordo estabelece que os países signatários devem se comprometer a reduzir emissões de gases de efeito estufa.

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Na contramão das potências, outros países têm liderado os compromissos. A China, segundo análise de nomes ligados à COP30, tem superado expectativas de contribuição ao meio ambiente, apesar das altas emissões de gases poluentes.


Outras nações que fazem parte do Sul Global, como Índia e Suriname, também apresentaram demandas e se mostraram dispostos a cumprir que prometeram. Além disso, o Suriname cobrou doações de países desenvolvidos para ter espaço de investimento em ações contra a crise climática.

Apesar de a Índia ainda não ter entregue as NDCs para a COP30, o presidente da edição da conferência no Brasil, embaixador André Corrêa do Lago, avalia que o país chegou ao evento preparatório com indicativos “extremamente positivos”.


Participante das rodas de discussão da pré-COP, o diretor-executivo do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), André Guimarães, afirmou que o cenário reforça o direcionamento do planeta ao Sul Global.

“Estamos diante do momento do Sul Global. É o Sul Global que tem que direcionar o planeta. O Sul Global tem que definir as prioridades. A Europa se absteve de participar até agora. Estamos aqui há menos de 30 dias da COP30, a Europa não se manifestou, não apresentou NDC. Os Estados Unidos, outro país importante do Norte Global, já anunciou sua saída do acordo de Paris. Então, temos um momento agora que o Sul Global tem que trabalhar”, disse.


Ainda de acordo com Guimarães, é necessário que o Brasil continue cobrando os países, principalmente porque “nós não fomos causadores do problema climático, pelo menos não na dimensão que a gente enxerga”.

“A gente tem que lidar com a questão do desmatamento e dos combustíveis fósseis, e essas equações têm que sair com direcionamento claro de Belém”, completou.

Até o momento, entre as 195 nações que fazem parte do Acordo de Paris, 62 enviaram formalmente seus compromissos ambientais para os próximos cinco anos.

A expectativa é de que outros 101 países apresentem as metas até antes do evento. As situações de maior alerta são ligadas à Índia e União Europeia, que ocupam a terceira e quarta posições nas emissões de gases de efeito estufa no mundo.

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