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R7 Brasília

Suposto lobista da Precisa fez festa em camarote de Jair Renan

Marconny Albernaz nega ser lobista da empresa de medicamentos e diz que conhece o filho do presidente Bolsonaro há dois anos

Brasília|Sarah Teófilo, do R7, em Brasília

Jair Renan Bolsonaro, filho 04 do presidente Jair Bolsonaro
Jair Renan Bolsonaro, filho 04 do presidente Jair Bolsonaro

Apontado como lobista da empresa Precisa Medicamentos, Marconny Albernaz comemorou aniversário em dezembro do ano passado no camarote do filho 04 do presidente Jair Bolsonaro, Jair Renan, no estádio Mané Garrincha. No local, o filho do mandatário tem um escritório, aberto com auxílio de Albernaz, como confirmado por ele em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, nesta quarta-feira (15). A Precisa fechou um contrato com o Ministério da Saúde para venda de 20 milhões de doses da vacin indiana Covaxin, a R$ 1,6 bilhão.

Albernaz disse que conhece Jair Renan há cerca de dois anos e que tem com ele uma relação de amizade. Ele confirmou que também conhece a mãe do jovem, Ana Cristina, ex-esposa de Bolsonaro. O filho 04 de Bolsonaro também já frequentou a casa do suposto lobista, como mostraram conversas obtidas pela comissão, que estão em inquérito do Ministério Público Federal do Pará.

Diálogos mostram Marconny reclamando que sempre que o filho de Bolsonaro vai à sua casa, o síndico reclama de barulho. "Parece até petista", escreveu. Aos senadores, disse que Jair Renan esteve na sua casa umas "duas ou três vezes". Ele também se encontrou com o jovem na casa da advogada do presidente Bolsonaro, Karina Kufa, em maio do ano passado. Na ocasião, conheceu o ex-secretário-executivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) José Ricardo Santana. 

O empresário Marconny Albernaz Faria em depoimento na CPI da Covid-19, no Senado
O empresário Marconny Albernaz Faria em depoimento na CPI da Covid-19, no Senado

Santana é amigo do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias, apontado pelos senadores na CPI como o suposto articulador de esquemas durante a pandemia envolvendo o departamento dirigido por ele. Ele estava com Dias no chamado "chope da propina", em que o cabo da Polícia Militar de Minas Gerais Luiz Paulo Dominghetti disse ter recebido de Dias um pedido de propina de US$ 1 por dose ao tentar fechar negócio para venda de 400 milhões de doses de vacina contra covid-19.

Marconny Albernaz negou ser lobista e disse que foi sondado para assessorar a Precisa Medicamentos em uma licitação que tinha como objetivo a aquisição de testes rápidos. Os senadores suspeitam do negócio. Ele disse que tem uma empresa que atua com assessoria política na área privada, tendo parlamentares entre clientes. Ele disse que não poderia dizer os nomes, alegando cláusula de sigilo, e utilizou a prerrogativa de permanecer em silêncio para não se autoincriminar quando perguntado sobre quantas vezes foi à Precisa.

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