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R7 Brasília

‘Taxa de juros ainda é a mais alta, mas há de ceder’, diz Lula em dia que indicado ao BC é sabatinado

Presidente também determinou aos ministros que ‘não podem inventar mais nada’, porque agora é a ‘época de colheita’ do governo

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Lula visita feira Liderança Verde Brasil Expo, em Brasília Ricardo Stuckert/PR - 08.10.2024

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar, nesta terça-feira (8), a taxa de juros no país, atualmente em 10,75%. Em cerimônia, o chefe do Executivo afirmou que o índice ainda é o mais alto, mas “há de ceder”. A declaração ocorre no momento em que o indicado pelo petista para a presidência do Banco Central, Gabriel Galípolo é sabatinado por comissão no Senado Federal.

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“A economia está razoável. A taxa de juros ainda é a mais alta, mas há de ceder. Nós temos a inflação controlada, nós temos a massa salarial crescendo, nós temos emprego crescendo”, disse Lula. “Tudo está feito, e agora é a época da colheita. Nenhum ministro pode inventar mais nada, chega. Agora é hora de a gente colher. Já plantamos, regamos e agora é hora de colher e colher bem”, completou.

Em setembro, o Banco Central aumentou a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual. Desde o início do governo Lula, este foi o primeiro aumento da taxa Selic, que agora chega ao patamar de 10,75%. A decisão do Comitê de Política Monetária de aumentar a taxa já era esperada pelo mercado financeiro, e a expectativa é de que a taxa continue subindo até o final do ano.

A declaração ocorreu no momento em que o indicado de Lula para a presidência do Banco Central é sabatinado pela Comissão de Assuntos Econômicos. Galípolo falou em gestão independente e direcionada exclusivamente ao povo brasileiro. Na agenda, o economista também elogiou a atuação do órgão e reafirmou o compromisso com o controle da inflação.


Lula criticou também as agências de rating. “Aquelas empresas fazem a avaliação para dar investimento ao país. E eu queria saber com quem eles conversam, porque ninguém nunca me procurou... Porque hoje têm pouquíssimos países com a estabilidade [que se tem] no Brasil. Hoje têm pouquíssimos países com crescimento que vai chegar a 3,5% esse ano, que o Brasil? Alguns dizem que é sorte. Eu digo: é muito trabalho.”.

Lei do combustível do futuro

As declarações foram dadas por Lula durante cerimônia de sanção do projeto do combustível do futuro, na Base Aérea de Brasília (DF). Inicialmente, a solenidade ia contar com a chegada de um avião movido a combustível sustentável de aviação (em inglês, SAF). No entanto, a demonstração não foi possível e a aeronave utilizou combustível tradicional (QAV). A informação foi confirmada à reportagem por telefone pela assessoria de imprensa da União Brasileira de Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio).


A norma cria programas de diesel verde, de combustível sustentável para aviação e de biometano, além de aumentar a mistura de etanol e de biodiesel à gasolina e ao diesel, respectivamente. O texto estabelece que a margem de mistura de etanol à gasolina será de 22% a 27%, podendo chegar a 35%. Atualmente, a mistura pode chegar a 27,5%, sendo, no mínimo, 18% de etanol. A matéria prevê o acréscimo de um ponto percentual de mistura ao biodiesel anualmente, até atingir 20% em março de 2030.

A lei institui também programas para incentivar a pesquisa, produção, comercialização e uso de biocombustíveis. Entre os exemplos, estão o Programa Nacional de Diesel Verde, em que o Conselho Nacional de Política Energética vai fixar, a cada ano, a quantidade mínima, em volume, de diesel verde a ser adicionado ao diesel de origem fóssil. Já o Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação prevê que, a partir de 2027, as operadoras aéreas serão obrigadas a reduzir as emissões de gases do efeito estufa nos voos domésticos. As metas começam com 1% de redução e crescem de forma gradativa até atingir 10%, em 2037.

A lei sancionada por Lula estabelece ainda um marco regulatório para a captura e estocagem de carbono. O texto prevê que o Brasil evite a emissão de 705 milhões de toneladas de dióxido de carbono até 2037.

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