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'Temi pela minha vida', diz militar que ofereceu água a extremistas no 8 de Janeiro

Major José Eduardo Natale, que atuava no GSI, disse em depoimento à CPI que água foi ofertada para não 'inflamar' invasão

Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, em Brasília

Atos de vandalismo em Brasília em 8 de janeiro
Atos de vandalismo em Brasília em 8 de janeiro

O militar filmado oferecendo água a manifestantes durante a invasão do Palácio do Planalto, em 8 de janeiro, afirmou que "temeu pela vida", mas era sua função tentar conter extremistas que entraram no prédio. O major José Eduardo Natale de Paula Pereira atuava no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) na época dos fatos e foi ouvido nesta segunda-feira (9) na CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal.

Segundo Natale, os invasores estavam "hostis", e ele tinha medo de que qualquer ação precipitada piorasse o cenário. "A situação poderia se inflamar, eles estavam a uma porta do gabinete presidencial e, a qualquer momento, poderiam começar a quebrar, chutar realmente a porta e ter acesso ao gabinete do presidente, que é o centro de gravidade do Palácio do Planalto", afirmou.

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O major nega, contudo, que ofereceu ou entregou água aos extremistas. "Uma garrafa de água ali naquela situação era extremamente razoável para diminuir os ânimos. O gerenciamento de crise é conter, isolar e negociar. E a contenção é justamente evitar que a crise se alastre. Uma pessoa que se inflamasse poderia muito bem influenciar outras, a situação fugir do controle ali dentro, e piorar ainda mais aquela situação que já estava bastante sensível. Dentro da razoabilidade, no momento em que [um manifestante] disse que queria uma água, eu deixei ele pegar, com o intuito justamente de não alimentar nenhuma crise", disse.

Na avaliação de Natale, o objetivo foi alcançado, porque o gabinete presidencial não foi invadido e a área não foi quebrada. "Lembrando que eu estava sozinho naquele momento e não era capaz de impor uma força literal ali", declarou.


O major disse ao colegiado que, para entrar no Palácio, retirou o paletó, a gravata e a arma e entrou por uma janela quebrada do prédio.

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O major José Eduardo Natale de Paula Pereira atuava no GSI e tinha sido nomeado em 2020 durante a gestão do general Augusto Heleno, um dos conselheiros mais próximos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).


Natale estava trabalhando no Palácio do Planalto no dia das invasões e chegou a dizer, durante depoimento na Polícia Federal, em março deste ano, que estava tentando gerenciar a crise da invasão. O militar do GSI alegou que foi “hostilizado” pelos extremistas e deu água a alguns deles para “acalmá-los”.

Já o general Gonçalves Dias, durante depoimento à PF em abril, chegou a dizer que teria “prendido" o militar caso tivesse visto o momento. A afirmação foi feita depois de ele ser questionado sobre a conduta do major José Eduardo Natale de Paula Pereira na invasão dos prédios dos Três Poderes.

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