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Tempestades mostram que redes de distribuição de energia devem ser subterrâneas, diz Crivella

Deputado pretende apresentar um pedido de urgência ao projeto que obriga concessionárias de energia a ter redes subterrâneas

Brasília|Do R7

As mais de 4 milhões de residências sem energia elétrica representam mais de 100 quilômetros de redes destruídas Mário Agra / Câmara dos Deputados - o9/07/2024

As fortes chuvas que atingiram o Estado de São Paulo e deixaram 4,2 milhões de casa sem energia elétrica demonstram que a rede de distribuição de eletricidade deve ser modificada. A fala é do deputado federal Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), autor de um PL (Projeto de Lei) que obriga as concessionárias de serviços públicos de energia a substituírem as redes aéreas de distribuição de energia por redes subterrâneas, em cidades com mais de 300 mil habitantes.

“Em 2011, apresentei um projeto de lei para dar um prazo às concessionárias para fazer essa modernização, que, nos EUA e na França já ocorre desde 1910, há mais de cem anos”, explicou Crivella à RECORD.

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“Infelizmente, mesmo depois de ter sido aprovado nas comissões de Economia e de Infraestrutura, essa medida, por falta de uma audiência pública, foi para o arquivo. Reapresentei [o projeto] à Câmara dos Deputados e espero que tenha a urgência necessária para que possamos aliviar o sofrimento do povo brasileiro”, continuou.

As mais de 4 milhões de residências sem energia elétrica representam mais de 100 quilômetros de redes destruídas, o que equivale a distância entre São Paulo e Campinas.


Conforme o texto, as cidades só poderão ter acesso à fiação subterrânea se preencher, ao menos, um dos critérios estabelecidos pela proposição, sendo:

  • Concentração da carga superior a 10 MVA/km2;
  • Tiver redes próximas a orlas marítimas e, portanto, sujeitas à agressão da salinidade;
  • Tiver redes com postes e estruturas já congestionadas, ocupadas por vários alimentadores

O parlamentar destacou que o maior desafio está na fase de distribuição, em que a maioria das redes ainda é aérea, com cabos e transformadores expostos às fortes chuvas. Para Crivella, se o texto tivesse sido aprovado em 2011, “muitos problemas” ao longo dos anos teriam sido evitados. O parlamentar disse ao R7 que pretende apresentar um pedido de urgência ao projeto e que vai coletar a assinatura dos líderes partidários para tal ação.


Menos de 1% da rede elétrica no Brasil é subterrânea

Até este ano, menos 1% da rede elétrica no Brasil é subterrânea. São Paulo tem 60 quilômetros de cabos aterrados, Rio de Janeiro tem 11% e Belo Horizonte tem 2%.

O deputado destacou que a capital paulista tem mais de 43 mil quilômetros de linhas de distribuição na concessão da Enel e que precisaria de grandes investimentos para implementar a fiação subterrânea.


O parlamentar explicou que a Prefeitura de São Paulo estimou um custo de R$ 20 bilhões para enterrar a rede na região central.

“Os benefícios, no entanto, justificam os altos custos. Além de evitar a queda de árvores nos fios e apagões, o sistema subterrâneo reduz o furto de energia e cabos, melhora a segurança pública e gera economia a longo prazo”, argumentou o deputado carioca.

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