Trama golpista: Filipe Martins pede ao STF para acompanhar presencialmente julgamento

O ex-assessor de Assuntos Internacionais de Jair Bolsonaro, Filipe Martins, apresentou ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes um pedido formal para vir até Brasília e acompanhar presencialmente seu julgamento, marcado para iniciar na terça-feira (9).

Martins, que cumpre prisão domiciliar em Ponta Grossa, no Paraná, faz parte do núcleo 2 da trama golpista do 8 de Janeiro, apontado como responsável por coordenar ações de monitoramento e neutralização de autoridades públicas. Ele, assim como os outros réus, responde pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

Em seu pedido, o ex-assessor defende que sua ida a Brasília é um “gesto de afirmação de sua inocência” e uma demonstração de “dignidade e serenidade”.

Argumentos

O réu diz, em seu pedido, que sua presença é um direito constitucional ligado à ampla defesa, previsto no artigo 5º da Constituição. No documento, Martins afirma que o caso é de “elevada relevância jurídica, institucional, política, simbólica e humana”.

A defesa do antigo assessor da presidência insistiu que o processo é “construção artificial de imputação penal” e de “interpretações forçadas e dissociadas da realidade fática”. Além disso, defendeu que seria um caso “paradigmático de lawfare”, a partir de supostas distorções desde a fase pré-processual ao período de prisão preventiva, medida classificada pelos advogados como “abusivamente prolongada”.

O pedido pontua ainda que Martins está distante de familiares, especialmente da filha de seis anos e da avó de 98 anos, com quem mantém vínculo próximos

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