Twitter descarta remover postagens de Janaina Paschoal
Deputada estadual é acusada de espalhar informações falsas e conspiratórias sobre as vacinas contra a Covid-19
Brasília|Renato Souza, do R7, em Brasília
Representantes da rede social Twitter no Brasil decidiram não remover ou aplicar restrições a publicações da deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP), acusada de promover teorias conspiratórias e de pôr em dúvida a eficácia das vacinas contra a Covid-19. Uma série de postagens da parlamentar foi alvo de denúncias em massa de internautas desde a semana passada.
De acordo com informações obtidas pelo R7, dirigentes da rede social analisaram o conteúdo e entenderam que, apesar de causarem polêmica, as publicações não violaram as regras do site. Em uma das mensagens, Janaina afirma que uma representante da Pfizer no Brasil parece estar insegura quanto à eficácia das vacinas.
"Se a doutora Marjori Dulcine, contratada pela Pfizer, confia tanto no produto que vende, por que a Farmacêutica se nega a responder pelos efeitos adversos? Por que exige que os Estados contratantes providenciem seguros? Por que não tornam públicos os contratos?", postou a deputada no Twitter.
Em outra publicação, que gerou críticas de médicos e cientistas, a parlamentar questionou o fato de pessoas vacinadas ainda se infectarem com o vírus. "Vivemos um momento tão intrigante que pessoas vacinadas, com todas as doses, pegam Covid e recomendam a vacinação! Parece piada! Ninguém acha, no mínimo, curioso?", escreveu.
A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e entidades internacionais, como a FDA (Food and Drug Administration), dos Estados Unidos, já esclareceram que as vacinas aplicadas contra a Covid-19 não impedem totalmente a contaminação, mas previnem o agravamento do quadro de saúde dos pacientes e evitam mortes pelo novo coronavírus, sendo importantes para evitar mutações e colapso do sistema de saúde.
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Um estudo realizado pelo Instituto Doherty, na Austrália, mostra que a transmissão entre vacinados é até 63% menor do que na população que não está imunizada contra a Covid. Um estudo feito nos Estados Unidos aponta uma chance 20 vezes menor de que imunizados transmitam o vírus. O Ministério da Saúde do Brasil também já afirmou que a campanha nacional de vacinação reduz potencialmente o número de óbitos e novos casos da doença.
Procurado pela reportagem para se posicionar sobre as denúncias contra as publicações da deputada, o Twitter respondeu que toma medidas cabíveis em relação à propagação de notícias falsas e informações sem base científica no que diz respeito à pandemia quando identifica conteúdos que violem as regras. "O Twitter atua em conteúdos enganosos relacionados à Covid-19 com base em suas regras, detalhadas neste link. É sob essa política que os conteúdos são analisados, para que sejam tomadas as medidas cabíveis quando são identificadas violações", informa o texto.
Também pelo Twitter, a deputada negou que seja contra a vacina e disse apenas questionar a amplitude de eventuais efeitos colaterais.