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Ministério da Saúde pretende entregar vacinas contra dengue na segunda semana de fevereiro

Governo diz que 521 municípios devem receber o imunizante; crianças e adolescentes de 10 a 14 anos são grupo prioritário

Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, em Brasília

Primeiro lote das vacinas já está no Brasil
Primeiro lote das vacinas já está no Brasil Primeiro lote das vacinas já está no Brasil (Rogério Vidmantas/Prefeitura de Dourados)

O Ministério da Saúde quer começar a distribuir a vacina da dengue a partir da segunda semana de fevereiro. O cronograma do governo prevê o envio às 521 cidades com alto índice da doença. A informação foi dada nesta terça-feira (30) pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, em reunião de emergência com o Distrito Federal e sete cidades do Entorno. "Ainda não começamos a distribuição porque estamos atendendo uma regulação técnica da Anvisa. Assim que tivermos ela pronta, começamos a distribuição", informou Nísia.

Parte da regulação diz respeito à disponibilização das informações da vacina em português. A expectativa do ministério é de que as demandas sejam atendidas na próxima semana e que em 15 dias tenha início a distribuição.

Serão distribuídas 6,5 milhões de doses neste ano. Para 2025, o ministério comprou 9 milhões de doses. O público-alvo serão crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, faixa etária que apresenta o maior número de hospitalizações por dengue, depois dos idosos, segundo o Ministério da Saúde.

Os municípios selecionados atenderam a uma série de critérios. As cidades devem ter mais de 100 mil habitantes, possuir alta transmissão de dengue, com maior número de casos em 2023 e 2024 e ter predominância da dengue tipo 2 em dezembro do ano passado. A pasta não informou a quantidade de doses destinadas a cada localidade.

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Entre os sintomas mais comuns da doença estão dores de cabeça, especialmente atrás dos olhos, febre e manchas pelo corpo. Nos casos mais graves, como a dengue hemorrágica, pode haver dor abdominal, vômito, sonolência, tontura e sangramentos. Segundo a especialista Carla Kobayashi, é importante buscar ajuda médica e tratar os sintomas desde o início, mantendo-se hidratado.

Como funciona

A Qdenga é baseada no vírus vivo e atenuado do sorotipo 2 da dengue. Segundo o fabricante, é ele que fornece a "espinha dorsal" genética para haver a proteção contra os demais sorotipos. O esquema vacinal inclui duas doses subcutâneas com intervalo de três meses entre elas. A proteção contra a doença deve ter duração de até cinco anos.

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Eficácia

A aprovação da Qdenga pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) serviu como base para a decisão da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), em março de 2023. Ao órgão europeu, a Takeda apresentou dados de 19 estudos científicos que envolveram 28 mil crianças e adultos.

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O ensaio clínico final demonstrou que o imunizante foi capaz de prevenir 80,2% dos casos sintomáticos de dengue 12 meses após a vacinação. O estudo mostrou que a vacina evitou em 90,4% as hospitalizações em casos de dengue em um prazo de 18 meses após as injeções. Após 4,5 anos da vacinação, a eficácia para casos sintomáticos caiu para 61%, mas a prevenção de internações hospitalares se manteve alta, em 84%.

Como funciona

Na prática, o vírus existente na vacina não é capaz de causar doença nas pessoas que recebem a vacina. Ainda assim, existem contraindicações. Segundo o laboratório, os seguintes grupos não devem receber a Qdenga:

• Pessoas com imunodeficiência congênita ou adquirida, incluindo terapias imunossupressoras, como quimioterapia ou altas doses de corticosteroides sistêmicos nas quatro semanas anteriores à vacinação;

• Indivíduos com infecção sintomática pelo HIV ou com infecção assintomática pelo HIV quando acompanhados de evidência de comprometimento da função imunológica; e

• Grávidas e lactantes.

Efeitos colaterais

Os estudos apontaram uma série de possíveis efeitos colaterais após a vacinação.Os mais comuns (afetaram mais de uma em dez pessoas) foram:

• dor no local da injeção;

• dor de cabeça;

• dores musculares;

• vermelhidão no local da injeção;

• mal-estar;

• fraqueza;

• infecções no nariz ou garganta;

• febre.

Os efeitos adversos considerados comuns (afetaram até uma em cada dez pessoas) foram:

• inchaço no local da injeção;

• dor ou inflamação no nariz, ou garganta;

• coceira no local da injeção;

• inflamação da garganta e amígdalas;

• dor nas articulações;

• sintomas gripais.

Outros sintomas mais incomuns, como diarreia, coceira e erupções na pele, também foram identificados nos estudos.

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