Vídeo: polícia prende estudante de medicina suspeito de estupro de vulnerável
Segundo a polícia, vítimas eram crianças de até 13 anos; homem foi preso em Mato Grosso na quarta-feira (31)
Brasília|Pedro Canguçu, da Record TV, e Carlos Eduardo Bafutto, do R7, em Brasília
A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu preventivamente, em Mato Grosso, na quarta-feira (31), um homem indiciado pelo crime de estupro de vulnerável. De acordo com a corporação, o suspeito trocava e distribuía vídeos e fotografias com cenas de sexo explícito que envolvem crianças. Umas das vítimas é do Distrito Federal. Segundo o delegado responsável pelo caso, Guilherme Sousa Melo, o suspeito teria confessado o crime cometido em Brasília e afirmado que tem uma patologia, mas não disse qual seria.
A Record TV tentou entrar em contato com o suspeito, mas foi informada pelo delegado de que o homem ainda não apresentou um advogado de defesa. O espaço está aberto para manifestações.
A prisão preventiva do suspeito ocorreu por volta das 6h, em Barra do Garças (MT). Segundo a polícia, as investigações foram iniciadas em junho de 2021, quando a mãe de uma das vítimas, ao verificar o aparelho celular do filho de 12 anos, encontrou conversas de cunho sexual entre o menino e um indivíduo identificado como Sherman.
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Ainda de acordo com a polícia, ao analisar os diálogos, a mãe percebeu que os contatos haviam se iniciado em maio de 2021 em salas de bate-papo de jogos online. Nas conversas, o menor era aliciado pelo suspeito para enviar fotos em que estivesse nu. Em troca, o menino recebia vídeos e fotografias pornográficas do suspeito. A polícia afirma ainda que o conteúdo dos diálogos era claro em demonstrar que o suspeito "tinha preferências por crianças e fazia questão de saber as idades, dando preferência para jovens de até 13 anos".
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"Verificou-se que o autor, passando-se por criança ou por um dos 'governantes' e 'construtores' das cidades dos jogos Minecraft e GTA, usava o poder on-line que tinha para convencer as crianças a trocar fotos e vídeos sexuais, com a promessa de assentá-las em posições de destaque e dispor recompensas no jogo", informou a polícia. "Uma vez que conquistava a confiança das crianças, [o suspeito] fornecia um número de telefone registrado em nome de terceiros e passava a enviar e a receber os vídeos pelo aplicativo de mensagens WhatsApp", completou.
O delegado explicou que o suspeito agia de modo oculto nas plataformas de jogos. "Descobriu-se que o autor usava diversas linhas telefônicas registradas em nome de terceiros, sendo uma delas em nome da genitora [mãe]", afirmou.
"Apurou-se que alguns dos diálogos foram estabelecidos do computador da sede da empresa em que ele trabalhava, [...] em Barra do Garças, a mesma cidade em que havia registros de localização, enviados a um dos menores, quando os convidava para fazer sexo", revelou o delegado. "Em diligências no ponto de localização, constatou-se que se tratava de uma casa abandonada, provavelmente usada para a prática de sexo com menores não identificados", completou.
A casa localizava-se nas proximidades da residência do autor, que, em janeiro de 2021, deixou o país antes de ser preso, fugindo para a Bolívia e se desfazendo de celulares e computadores. O monitoramento do alvo durante esse período demonstrou que ele estudava medicina na Bolívia e retornou ao Brasil para a realização de um procedimento médico. Segundo a polícia, a análise preliminar dos dados do aparelho celular e do computador revela indícios de conexões e envios de arquivos suspeitos a moradores de países como Bélgica e Bolívia.
Informa-se que é por meio dessas plataformas de jogos, postadas em sua página em uma rede social, que o autor assedia e atrai os menores para suas ações criminosas, conforme relatos informais da vítima, que se encontra em tratamento psicológico, razão pela qual ainda não prestou depoimento especializado.
Crime
Trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica que envolva criança ou adolescente é crime previsto nos artigos 241-A, caput, do Estatuto da Criança e do Adolescente; e 217-A do Código Penal. As penas variam entre três e 15 anos de reclusão.