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R7 Brasília

Voos da FAB para resgatar brasileiros no Líbano serão liberados sob demanda

Ainda não há previsão de quantas viagens serão feitas pela FAB; Itamaraty calcula que 3 mil pessoas querem voltar ao Brasil

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

Aeronave KC-30 fará primeiro voo de resgate SO Johnson/Força Aérea Brasileira - arquivo

Os voos da FAB (Força Aérea Brasileira) de repatriação de brasileiros e familiares no Líbano vão ocorrer conforme houver demanda. Por enquanto, não há confirmação de quantas viagens serão feitas, mas o governo brasileiro planeja resgatar todas as pessoas que demonstrarem interesse em retornar. A Embaixada do Brasil em Beirute, capital libanesa, reúne as informações por meio de formulários on-line de quem deseja voltar.

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O primeiro voo de repatriação decola da Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro (RJ), rumo ao Líbano nesta quarta-feira (2). A expectativa é trazer, nessa viagem, de 230 a 240 pessoas. O sul do Líbano foi invadido por Israel na noite de segunda-feira (30), pela primeira vez desde 2006, quando ambos os países estavam em guerra. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou a operação de repatriação no mesmo dia.

O Ministério das Relações Exteriores coleta os dados de brasileiros que estão no Líbano — tanto de turistas quanto de residentes — e de estrangeiros parentes de 1º grau. Conforme o governo federal, há 21 mil brasileiros no Líbano e ao menos 3 mil querem retornar ao Brasil.

Operação complexa da FAB e do governo

Alberto Pfeifer, coordenador do grupo de Análise de Estratégia Internacional da Universidade de São Paulo (DSI-USP), explica que a operação é complexa. “Devem ser de 12 a 15 aeronaves ou voos disponíveis. Não é uma operação fácil, é bastante complicada do ponto de vista de logística, de segurança, da listagem dos passageiros e da liberação desses passageiros para embarque — porque, certamente, Israel e outros países desejarão saber quem são essas pessoas”, avalia.


Apesar de haver risco de confronto direito entre Israel e Líbano desde setembro, Pfeifer acredita que o governo brasileiro não demorou a autorizar a repatriação. A embaixada brasileira em Beirute emitiu nota a respeito da situação no país em 25 de agosto e afirmou estar “atenta ao aumento das hostilidades em regiões do país e empenhada em prestar as orientações devidas à comunidade”.

Na ocasião, a embaixada sugeriu que os brasileiros no Líbano “se ausentassem do país, por meios próprios, até o retorno à normalidade.”


“O governo brasileiro não tardou. Toda a movimentação bélica de Israel que gerou esse deslocamento populacional foi feita de forma bastante abrupta. [A operação] depende também das pessoas quererem sair, então os que percebiam o perigo iminente, já tinham saído por conta própria. O Brasil não demorou a agir e agirá, pelas informações iniciais, da maneira condizente com o tempo disponível, com a complexidade da operação. Há que se manter sigilo e um grau de publicidade reduzido dessas operações, porque lidam com elementos de segurança nacional”, completa Pfeifer.

Professor de relações internacionais da ESPM, Gunther Rudzit concorda com o colega. “É necessária a autorização dos governos para o avião sobrevoar seus territórios. Por fim, é necessário negociar com o governo libanês a operação, que não é fácil, já que o país está em guerra. Nesta situação, não se pode ser açodado”, analisa.


Desde outubro do ano passado, quando o grupo terrorista Hamas atacou um festival de música em Israel, a FAB resgatou cerca de 1,5 mil pessoas, em 13 voos, da zona de conflito. Três viagens repatriaram brasileiros e parentes próximos da Faixa de Gaza.

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