Acre decreta estado de emergência ambiental devido à seca
Os 22 municípios do estado estão em estado de emergência devido à seca, baixa umidade do ar, calor intenso e risco de incêndios
Cidades|Hellen Leite, do R7, em Brasília
O governo do Acre decretou estado de emergência ambiental em todos os seus 22 municípios devido à seca, baixa umidade do ar, calor intenso e risco de incêndios. Nesta quarta-feira (24), o Diário Oficial publicou dois decretos específicos de estado de emergência para os municípios de Cruzeiro do Sul e Porto Walter. A medida é válida até o fim do ano. Além disso, a Defesa Civil Nacional reconheceu mais cedo a emergência em Rio Branco, capital do Acre.
Um gabinete de crise foi instalado para tratar da seca no estado e amenizar os agravos causados pela estiagem e os eventos climáticos. O verão amazônico vai até outubro, quando geralmente o rio alcança o nível mais baixo do ano.
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Em Porto Walter, a seca prolongada dificulta a navegação no Rio Juruá e afluentes, afetando quase 11 mil pessoas, incluindo comunidades indígenas e ribeirinhas, que enfrentam falta de água potável e alimentos. Também há incêndios na área verde do aeródromo, que podem interromper voos devido às nuvens de fumaça.
Em Cruzeiro do Sul, a estiagem prolongada, altas temperaturas, baixa umidade e ventos fortes têm causado incêndios florestais. Esses incêndios aumentam a concentração de monóxido de carbono e partículas no ar, representando riscos para a saúde da população.
Governo federal reconhece situação de emergência
A Defesa Civil Nacional reconheceu nesta quarta-feira (24) a situação de emergência em Rio Branco. A portaria com a medida foi publicada em edição do Diário Oficial da União. Cidades com o reconhecimento federal de situação de emergência ou de estado de calamidade pública podem solicitar ao governo recursos para ações de defesa civil.
Com os recursos é possível comprar cestas básicas, água mineral, refeição para trabalhadores e voluntários, kits de limpeza de residência, higiene pessoal e dormitório, entre outros. A solicitação pelos municípios em situação de emergência deve ser feita por meio do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2iD).
Prejuízos com a seca
Por 24 anos, a estiagem e a seca foram os desastres climatológicos que mais afetaram e causaram prejuízos no Brasil. Entre 2000 e 2023, os fenômenos geraram danos de ao menos R$ 359 bilhões no setor privado e de R$ 32 bilhões na área pública, totalizando R$ 391 bilhões, além de atingir 110 milhões de brasileiros, segundo um levantamento feito pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil. Segundo os números, o prejuízo anual pela falta de chuva é estimado de R$ 16 bilhões. Rio Grande do Sul, Ceará, Mato Grosso, Bahia e Paraíba estão entre os estados mais afetados.
O levantamento mostra que, no setor privado, a agricultura foi a área com maiores prejuízos, chegando a R$ 258 bilhões no período. Ainda no agronegócio, a pecuária também registrou danos consideráveis, com R$ 84 bilhões. No Brasil, o setor representa aproximadamente 25% do PIB (Produto Interno Bruto) — a soma de todos os bens e serviços finais produzidos pelo país.