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Apagão no Brasil: qual o risco de acontecer novamente e o que fazer para proteger sua casa

Falha no sistema elétrico deixou algumas regiões sem luz na madrugada de terça (14); especialistas dizem que evento não indica fragilidade no sistema

Cidades|Luiza Marinho*, do R7, em Brasília

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Apagão no Brasil atingiu diversas regiões na madrugada de terça-feira (14), afetando milhões de consumidores.
  • Causa do apagão foi um incêndio em reator da Subestação de Bateias, no Paraná, afetando a interligação entre Sul e Sudeste/Centro-Oeste.
  • Especialistas afirmam que, embora o evento tenha causado transtornos, não representa fragilidade no sistema elétrico e recomendam cuidados para evitar danos a equipamentos.
  • Impacto financeiro direto ao consumidor é considerado limitado, mas setores produtivos sofreram perdas relevantes; ministro de Minas e Energia destaca que a situação não é devido à falta de geração de energia.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Especialistas dizem que apagões como o de ontem são pontuais no país Paulo Pinto/Agência Brasil/Arquivo

Um apagão atingiu várias regiões do Brasil na madrugada desta terça-feira (14), gerando dúvidas sobre segurança, custos e impactos ao consumidor.

O fornecimento de energia foi restabelecido em até 1h30 na maior parte do país, mas estados como Bahia, Rio de Janeiro, Ceará, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Acre, Maranhão, Pernambuco e São Paulo sentiram os efeitos.


O incidente ocorreu por um incêndio em reator da Subestação de Bateias, no Paraná, interrompendo a interligação entre o Sul e o Sudeste/Centro-Oeste, segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).

Apesar do desgaste, especialistas ouvidos pelo R7 afirmam que o consumidor comum não precisa se preocupar com um novo apagão, mas deve adotar cuidados para evitar danos em equipamentos elétricos.


Riscos pontuais

O engenheiro eletricista Luciano Duque, da Universidade Católica de Brasília, explicou que o apagão trouxe transtornos momentâneos, como semáforos desligados e hospitais sem geradores, mas não revela fragilidade estrutural do sistema.

“Eventos desse porte não ocorrem com frequência. O Sistema Interligado Nacional é muito eficiente e não há risco de recorrência deste apagão”, afirmou Duque.


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Duque destaca, no entanto, que picos de energia durante a oscilação no fornecimento podem causar queima de equipamentos.

“Quando a energia vai e volta repentinamente, ocorre intermitência, e isso pode provocar queima de equipamentos elétricos e eletrônicos. A recomendação é simples: ao detectar falta de energia, retire os aparelhos da tomada”, orienta o engenheiro.


Ele reforça que o sistema elétrico brasileiro é referência mundial e que falhas como a desta madrugada exigem apenas manutenção preventiva nas subestações.

Impacto econômico limitado ao consumidor

Na avaliação do economista Hulisses Dias, mestre em finanças pela Universidade de Sorbonne, o impacto direto ao bolso do consumidor é pontual, mas o apagão traz efeitos econômicos relevantes em setores produtivos.

“Os custos mais significativos recaem sobre setores produtivos e de serviços que operam de forma contínua, como indústrias, hospitais e logística, onde qualquer interrupção gera perdas de eficiência, acúmulo de serviços e aumento de custos operacionais”, aponta.

Dias ressalta que o episódio não afeta o custo de vida oficial, mas altera a percepção de segurança energética.

“Esse tipo de interrupção não altera diretamente o índice de custo de vida, mas afeta a sensação de estabilidade do cidadão. A falta de confiabilidade pode levar a gastos extras com geradores, nobreaks e seguros, o que acaba elevando o custo real de viver e produzir em regiões com infraestrutura instável”, explica.

O economista também não descarta um possível aumento tarifário no médio e longo prazo, caso o evento aponte necessidade de novos investimentos.

Posicionamentos

Após o restabelecimento do serviço, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, se reuniu com o ONS para avaliar o episódio. Segundo ele, o caso não se enquadra como apagão por insuficiência de geração, mas como uma falha pontual de transmissão.

“Não é falta de energia. É um problema na infraestrutura que transmite a energia. Temos muita energia, e o ONS deu pronta resposta, graças ao moderno sistema do nosso operador nacional”, disse Silveira.

O ministro destacou que as melhorias implementadas desde 2023 mostraram resultado e defendeu a aprovação da Medida Provisória que abre o mercado livre de energia, permitindo que consumidores escolham de quem comprar energia.

“A competição no setor elétrico pode gerar redução de cerca de 20% nos preços”, afirmou.

Em nota ao R7, a Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica) informou que o fornecimento foi restabelecido de forma segura e controlada em todas as regiões e que as distribuidoras atuaram em conjunto com o ONS.

“As distribuidoras de energia atuaram em coordenação com o ONS para garantir a estabilidade e a recomposição do sistema elétrico, a partir do Esquema Regional de Alívio de Carga. O recurso funcionou conforme previsto, demonstrando a eficiência dos mecanismos de proteção do sistema elétrico brasileiro”, destacou.

A entidade afirmou ainda que a ocorrência não representa risco de continuidade de fornecimento, reforçando “a confiança na robustez e na resiliência do Sistema Interligado Nacional”.

*Sob supervisão de Leonardo Meireles

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