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Brasil tem 16,4 milhões de moradores de favelas em 12.348 comunidades do tipo, revela IBGE

Levantamento detalha condições de mobilidade, pavimentação, iluminação e drenagem

Cidades|Do R7, em Brasília

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • O Censo 2022 identificou 12.348 favelas no Brasil, com 16,4 milhões de moradores, representando 8% da população.
  • A metodologia atualizou a definição de "aglomerado subnormal" para "favelas e comunidades urbanas", focando em infraestrutura e mobilidade.
  • Problemas de drenagem, pavimentação e iluminação variam entre as regiões, impactando o transporte e a segurança dos moradores.
  • As principais concentrações de habitação precária estão nas regiões metropolitanas, evidenciando padrões históricos de vulnerabilidade.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Comunidades urbanas conhecidas como favelas mereceram um olhar mais cuidadoso por parte do IBGE no censo Tânia Rego/Agência Brasil - Arquivo

O Censo 2022 identificou 12.348 favelas e comunidades urbanas espalhadas pelo país, onde vivem 16.390.815 pessoas, aproximadamente 8% da população brasileira.

O levantamento, divulgado pelo IBGE, apresenta diagnóstico atualizado sobre infraestrutura, mobilidade e condições urbanas desses territórios, além de introduzir a primeira grande mudança metodológica desde os anos 1990.


A nova classificação substitui o termo “aglomerado subnormal” por “favelas e comunidades urbanas”, redefinindo o olhar sobre esses espaços. A abordagem foca o desenho das vias, a circulação interna, a mobilidade dos moradores e o entorno imediato, aspectos pouco explorados nos levantamentos anteriores.

Infraestrutura segue como desafio central

Os dados do Censo revelam forte heterogeneidade entre as regiões. Em comunidades como Rocinha, Heliópolis, Paraisópolis, Terra Firme, Ibura ou Cidade de Deus, circulação limitada e vias estreitas dificultam o transporte público e restringem a entrada de ambulâncias, caminhões de coleta e veículos de emergência.


Em boa parte da Região Norte e em zonas densas do Nordeste, problemas de drenagem e pavimentação afetam o deslocamento diário. Escadarias, becos, rampas e ruas sem calçada formam redes complexas internas, ampliando o desafio da mobilidade em áreas de alta concentração populacional.

A iluminação pública também varia de maneira significativa, com comunidades inteiras alternando trechos iluminados e vias escuras. A dispersão das estruturas de serviço interfere no cotidiano e na segurança de quem vive nesses locais.


20 maiores favelas e comunidades urbanas do país Luce Costa/Arte R7

Concentração das favelas de grande porte

Assim como em levantamentos anteriores, as regiões metropolitanas continuam reunindo os maiores agrupamentos de urbanização precária. Rio de Janeiro, São Paulo, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador e Manaus aparecem entre os pontos de maior concentração. As ocupações se estendem por encostas, vales, várzeas e margens de rios, reforçando padrões históricos de vulnerabilidade.

Embora muitos desses territórios apresentem vida interna dinâmica — com centros comerciais, atividades culturais e redes econômicas — o estudo mostra que a infraestrutura básica das vias permanece como eixo crítico para políticas urbanas.


Por que não é possível comparar 2010 e 2022

Apesar de ambos os levantamentos abordarem áreas de urbanização precária, a metodologia do Censo 2022 impede comparações diretas com 2010.

O levantamento anterior utilizava o conceito de “aglomerado subnormal”, conjunto que reunia favelas, palafitas, grotas, baixadas, ressacas e outros assentamentos irregulares, definidos por critérios de ocupação e precariedade fundiária.

O estudo de 2022 adota outro recorte territorial, voltado ao entorno físico, estrutura das vias e mobilidade interna. As definições não se equivalem e, por isso, números absolutos, proporções populacionais e quantidades de domicílios dos dois períodos não podem ser comparados.

A única possibilidade de aproximação entre os censos envolve tendências gerais, como concentração nas metrópoles e permanência de ocupações em áreas de risco — padrões que atravessam a década e aparecem nos dois levantamentos.

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