Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Notícias R7 – Brasil, mundo, saúde, política, empregos e mais

Braskem fecha acordo de R$ 1,7 bilhão com a prefeitura de Maceió

Atividades de mineração da empresa fizeram com que o solo da capital de Alagoas afundasse em ao menos quatro bairros

Cidades|Agência Brasil


Parte do solo em bairros de Maceió está cedendo
Parte do solo em bairros de Maceió está cedendo

A Braskem fechou um acordo com a Prefeitura de Maceió para o pagamento de R$ 1,7 bilhão por danos causados pelo afundamento provocado por atividades de poços de extração de sal-gema da mineradora em Alagoas, em 2018.

Por meio de fato relevante aos acionistas e ao mercado, em geral, a empresa informou ter firmado o termo de acordo global com o município e que, do valor anunciado de pagamento, R$ 700 milhões já haviam sido provisionados pela companhia em exercícios anteriores.

Compartilhe esta notícia no WhatsApp

Compartilhe esta notícia no Telegram


Conforme o comunicado assinado pelo diretor financeiro e de Relações com Investidores da Braskem S.A., Pedro van Langendonck Teixeira de Freitas, o acordo, que ainda está sujeito a homologação judicial, estabelece indenização, compensação e ressarcimento integral ao município de Maceió por todo e qualquer dano patrimonial e extrapatrimonial por ele suportado.

“Vale destacar que a celebração do termo de acordo global com o município de Maceió representa mais um avanço importante em relação ao tema de Alagoas”, diz a mineradora no comunicado.


Segundo a empresa, o acordo não interfere nas indenizações aos moradores. Essa informação também está na nota oficial publicada nesta sexta-feira (21) no site da Prefeitura de Maceió. “É preciso destacar que o acordo não invalida as ações ou negociações entre a Braskem e os moradores das regiões afetadas”, diz o texto.

Atingidos

A administração municipal informou que os recursos pagos pela Braskem serão aplicados em obras estruturantes na cidade e na criação do Fundo de Amparo aos Moradores.


“Mais de 60 mil pessoas dos bairros Bebedouro, Bom Parto, Mutange, Pinheiro e parte do Farol foram atingidas pelo afundamento do solo” provocado por atividades de poços de extração de sal-gema da mineradora, informou a prefeitura à Agência Brasil.

Compensação

De acordo com a Braskem, o Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação terminou no fim de junho, com 19.033 propostas apresentadas aos moradores das áreas de desocupação e monitoramento.

“O número equivale a 99% de todas as propostas previstas. Do total de propostas apresentadas, 18.256 já foram aceitas. A diferença entre o número de propostas apresentadas e aceitas se deve ao tempo que as famílias têm para avaliar ou pedir reanálise dos valores”, informou a mineradora em texto publicado em seu site no dia 13 deste mês.

“Também até junho, 17.330 indenizações foram pagas, superando 90% do total esperado. Somadas aos auxílios financeiros, o valor passa de R$ 3,7 bilhões”, diz ainda a Braskem.

Para as indenizações de comerciantes e de empresários, a companhia informou que foram apresentadas 6.086 propostas, das quais foram aceitas 5.715 e pagas 5.327.

Conforme a Braskem, as áreas de desocupação e monitoramento continuam recebendo serviços de zeladoria, que incluem limpeza, dedetização e controle de pragas.

"Para apoiar a segurança das pessoas que transitam nos bairros é feita a fiscalização permanente. A Central de Monitoramento auxilia na vigilância patrimonial e aciona a Polícia Militar quando necessário. As rondas das equipes de segurança são feitas 24 horas por dia, sete dias por semana”, acrescentou.

Leia também

A Agência Nacional de Mineração interditou as atividades de todos os poços de extração de sal-gema da Braskem em Alagoas no dia 9 de maio de 2019. A medida foi tomada em conjunto com o Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas. Na mesma decisão, a empresa teve suspensa a licença de três poços e recebeu duas autuações, que somam R$ 29,3 milhões.

Um dia antes, um relatório do Serviço Geológico do Brasil, órgão do Ministério de Minas e Energia, mostrou que a mineração no local foi a principal causa do aparecimento de rachaduras em prédios e ruas em diversos bairros de Maceió. O documento diz ainda que o impacto na região foi provocado pela extração de sal-gema, usado pela Braskem na fabricação de soda cáustica e PVC.

Em 2018, diversos imóveis da região apresentaram rachaduras, e foram registrados afundamentos em residências e vias públicas. Com as fortes chuvas do dia 15 de fevereiro, os problemas se intensificaram e ainda foram agravados pelo abalo sísmico ocorrido em 3 de março.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.