Cheias no Norte: chuva prejudica conclusão de estrada que irá tirar 100 mil pessoas do isolamento em RO

As fortes chuvas que atingem o Norte do País continuam causando muitos transtornos e prejuízos para os Estados da região. Nesta quarta-feira (26), uma tempestade atingia Rondônia, segundo informou Lucio Antonio Mosquini, engenheiro e diretor-geral do DER (Departamento de Estradas de Rodagem e Transportes) de RO. Mosquini acompanha as obras da estrada Parque, via que irá tirar cerca de 100 mil pessoas do isolamento no Estado.

A interdição de trechos da rodovia BR-364 por causa da cheia do rio Madeira fechou o acesso a alguns municípios, aonde só é possível chegar de avião. Com a nova estrada, caminhões com alimentos, combustível e gás de cozinha serão enviados para essas localidades. Além disso, ambulâncias conseguirão chegar às comunidades atingidas pelas cheias. No entanto, a chuva desta quarta prejudica o andamento das obras, segundo o engenheiro.

— Está uma chuva torrencial aqui, mas estamos com 30 máquinas e falta concluir apenas 1500 metros da estrada para podermos abrir e vamos conseguir terminar. 

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De acordo com Mosquini, a estrada terá 12 km de extensão e a expectativa é abrir o trecho até o próximo sábado (29). A via proporcionará que os municípios de Guajará-Mirim e Nova Mamoré — ambos em estado de emergência — tenham acesso ao município de Buritis e, consequentemente à BR-364, já em Ariquemes, trecho que não está tomado pela água. Nesta quarta-feira, o nível do rio Madeira chegou a 19,64 metros, segundo dados da ANA (Agência Nacional de Águas).

A construção da estrada foi destacada pela presidente Dilma Rousseff como "o meio mais viável para que os municípios de Nova Mamoré e Guajará Mirim saiam do isolamento em que se encontram". No dia 15 de março, Dilma esteve em Porto Velho após receber, em Brasília, o governador Confúcio Moura e a bancada federal do estado, além dos prefeitos dos municípios atingidos pelas cheias.

Futuro

A previsão é de que a cheia do rio Madeira só seja completamente resolvida em cerca de 90 dias. Com isso, segundo Mosquini, os transtornos causados pelas cheias ainda vão demorar para ser resolvidos. De acordo com o engenheiro, mesmo quando o nível do rio voltar ao normal, o Estado ainda terá que lidar com muitas dificuldades. 

— Quando voltar ao leito é que vão acontecer os verdadeiros problemas nas rodovias. [O asfalto] vai ceder. Hoje tem pontos com 2 metros de água. A situação é muito complicada.