Como uma nova forma de tingir tecidos está ajudando a moda a se tornar mais sustentável
Iniciativa nasceu dentro de um programa de mestrado em biotecnologia e já conquistou o mundo
Cidades|Do R7
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Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7
Assuntos como mudanças climáticas e sustentabilidade estão no centro das discussões durante a COP30, revolucionando os mercados que antes produziam grandes percentuais em emissões de CO2 na atmosfera, como a indústria têxtil.
Uma iniciativa que nasceu dentro dos laboratórios de um programa de mestrado em biotecnologia fez com que pesquisadores brasileiros descobrissem uma forma de reinventar a moda e reduzir o impacto negativo no meio ambiente por meio dos chamados biopigmentos microbianos. São bactérias que podem tingir tecidos em um processo parecido com o de fermentação da cerveja.
Segundo informações dos cientistas, uma mistura de água e resíduos agroindustriais serve de alimento para os micro-organismos. Dentro de biorreatores — equipamentos que criam um ambiente controlado para o crescimento de micro-organismos, células ou tecidos — durante a fermentação, eles fabricam tonalidades de cores que tingem os tecidos de forma sustentável.

“A gente faz o inóculo [substância ou cultura inicial de micro-organismo] dessa bactéria no meio líquido, onde ela vai crescer e aumentar a quantidade de células ali dentro, e aí por fim a gente vai para a etapa do biorreator, que é o processo fermentativo em si, que é a produção do pigmento”, explica Diego Morandi, analista de bioprocessos em entrevista para o Jornal da Record News.
O processo inovador acontece em cerca de 15 minutos, reduzindo em até 59% o consumo de água e cortando o uso de produtos químicos em 80%. Além disso, quase todo o pigmento é absorvido pelo tecido, o que permite reaproveitar a água e diminuir o descarte.
De acordo com o especialista Diego Morandi, a nova prática não sugere nenhum risco à saúde humana ou animal, já que as bactérias que são utilizadas são de biossegurança de nível 1: “O que a gente quer no final do processo é o pigmento e não a bactéria [...] A gente vai ter a bactéria no caldo, presente com o pigmento, mas no processo de tingimento, como é feito em altas temperaturas, o micro-organismo acaba morrendo nesse processo”, enfatiza.
Com esse avanço tecnológico sustentável, marcas e consumidores passaram a ficar mais atentos com o impacto que cada peça gera no mercado e no meio-ambiente, prova disso é que a iniciativa dos biopigmentos microbianos circulou nas passarelas da Londres, Paris e na São Paulo Fashion Week.
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