A advogada, influenciadora e empresária Deolane Bezerra, presa desde quarta-feira (4), no Recife, sob suspeita de envolvimento com jogos ilegais e lavagem de dinheiro, publicou em suas redes sociais uma segunda carta aberta na noite deste domingo (8). Nela, a advogada reitera sua inocência e diz que nas investigações “não há uma prova sequer” contra ela.Na carta, escrita à mão, Deolane desabafa sobre sua trajetória. “Não é fácil uma mulher nordestina, mãe solo, criada por mãe solo, vinda da comunidade, chegar aonde eu cheguei, as provações são gigantes e irei passar por todas elas”.A influenciadora está presa preventivamente junto com a mãe, Solange Bezerra. As duas foram detidas enquanto passavam férias em Pernambuco, estado que Deolane nasceu, durante o desenrolar da operação.“Agradeço imensamente o carinho a apoio de todos, tenham certeza que não irão se arrepender, afirmo com todo o respeito que tenho por vocês. Sou inocente e não há uma prova sequer”, completou.Na primeira carta, divulgada ainda na quarta-feira, a advogada já havia se declarado como vítima de uma “grande injustiça”.“É notório o preconceito e a perseguição contra minha pessoa e minha família, mas isso tudo servirá para provar mais uma vez para todos vocês que não pratico e nunca pratiquei ‘crimes’”, disse.Deolane e a mãe foram presas como parte da Operação Integration, da Polícia Civil do Pernambuco, que busca desarticular uma organização criminosa envolvida em esquema de jogos ilegais e lavagem de dinheiro. De acordo com a polícia, a operação cumpriu 19 mandados de prisão e 24 mandados de busca e apreensão domiciliar e sequestros de bens, como carros de luxo, imóveis, aeronaves e embarcações e valores em espécie. Ativos financeiros de R$ 2,1 bilhões foram bloqueados.Os mandados foram cumpridos em Recife (PE), Campina Grande (PB), Barueri (SP), Goiânia (GO), Cascavel e Curitiba (PR), todos expedidos pela Justiça pernambucana. Medidas de entrega de passaporte, suspensão do porte de arma de fogo e cancelamento do registro de arma de fogo também foram adotadas.A investigação começou com uma apreensão de R$ 180 mil e já está na 3ª fase. É voltada para um esquema de lavagem de dinheiro adquirido por meio de jogos de azar e dividida em três fases: aquisição, ocultação e integração do dinheiro ao patrimônio dos envolvidos – esta última foi a que motivou a prisão de Deolane.O escritório Adelia Soares Advogados, que representa Deolane e a mãe, diz ter “plena confiança na Justiça e permanece à disposição para colaborar com as autoridades competentes, de modo a esclarecer todos os fatos”, disse ainda a publicação feita pelas redes sociais.