Suspeita de matar o próprio pai, filha tem prisão preventiva

A Polícia Civil de Naviraí (MS) realizou a última fase da Operação Indignus Heres na tarde de quinta-feira (18). A investigação teve início acerca do homicídio que teve como vítima Paulo Sérgio de Freitas Miranda de 57 anos de idade, no dia 23 de Setembro deste ano. Nos primeiros dias após o crime, apuraram o possível envolvimento do genro, filha da vítima de 29 anos e primo do genro de Paulo.

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Durante as investigações, foi apurado que a filha mais velha e seu esposo não tinham contato próximo com a vítima, devido a um desentendimento familiar sobre um suposto abuso, no qual, segue sendo apurado pela Polícia Civil de Guairá (PR). Além disso, as terras as quais a filha e genro da vítima vivam ainda estavam em nome da vítima e, que eles passavam por problemas financeiros.

Em 24h, os investigadores do SIG da 1°DP de Naviraí (MS), já tinham conhecimento de que o veículo utilizado no crime modelo Chevrolet Monza teria passado por reparos em uma oficina na cidade de Guaíra e, quem teria solicitado os reparos era primo do genro da vítima. Em seguida, com ajuda da Delegacia de Polícia Civil de Palotina (PR), os investigadores conseguiram realizar a identificação de um dos pistoleiros contratados para realizar o crime. E, a residência onde os pistoleiros se esconderam após o crime e conseguiram identificar o veículo utilizado para dar fuga nos assassinos.

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Com a identificação do carro, os investigadores identificaram o condutor responsável em dar fuga aos pistoleiros e, assim no dia 08 de Outubro, foi deflagrada a primeira fase da Operação Indignus Heres, sendo cumprido dois mandados de busca e apreensão domiciliar na cidade de Palotina.

Durante a apuração foi constatado de que o genro da vítima, seu primo e um dos pistoleiros mantiveram contato telefônico antes, durante e após o crime, onde segundo a apurado o primo do genro da vítima (suspeito de ser o intermediário na contratação dos pistoleiros) chegou a ligar para o genro da vítima algumas horas após o crime quando este já estava na cidade de Naviraí, no hospital aguardando notícias do sogro.

Também foi apurado que um dos pistoleiros manteve contato telefônico com o genro da vítima, dois dias após o crime. Após novos indícios no dia 20 de Outubro, foi deflagrada a segunda fase da Operação, sendo cumprido dois mandados de busca e apreensão domiciliar na região de Maracaju dos Gaúchos em Guaíra e dois mandados de prisão temporária em desfavor do genro da vítima e do motorista que deu fuga aos pistoleiros, sendo nesta data já considerados foragidos o primo da vítima e o pistoleiro identificado.

Com o avanço da investigação, os policiais civis conseguiram descobrir que o primo do genro da vítima havia fugido para a cidade de Joinville (SC) e por meio do Núcleo de Regional de Inteligência de Naviraí conseguiram localizar o suspeito, sendo então repassada a informação para a Polícia Civil de Joinville, que localizaram e prenderam o suspeito.

Ainda com o apoio dos investigadores de Palotina, foi realizada a identificação do segundo pistoleiro, o qual na data de 14 de Outubro, foi preso na cidade Palotina e posteriormente encaminhado até a primeira Delegacia de Polícia Civil de Naviraí, onde após interrogatório o suspeito confirmou ser um dos pistoleiros do crime, bem como confirmou todos os indícios e meios de prova arrecadados pela investigação. Onde por meio de novos indícios e elementos de convicção, a autoridade policial representou pela prisão preventiva dos seis envolvidos no crime dentre eles: o genro e a filha da vítima, o qual foi concedida pelo juízo da comarca do município de Naviraí.

Desta forma, na quinta-feira (18) foi deflagrada a última fase da Operação sendo cumprido quatro mandados de prisão preventiva dos suspeitos que já se encontravam presos na Penitenciária de Segurança Máxima de Naviraí e outro cumprido contra a filha da vítima, onde foi localizada na residência de sua sogra na região de Maracaju dos Gaúchos no Paraná. Já o último suspeito do crime e um dos pistoleiros, veio a óbito na cidade de Palotina, após confronto armado com policiais militares, após ter roubado uma caminhonete em Moreira Sales (PR). Durante a operação, foram apreendidos três veículos, aparelhos celulares e entre outros objetos.

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Após as investigações, foi concluído que o crime foi minuciosamente planejado, sendo que o primo do genro da vítima teria procurado o pistoleiro e oferecido o valor de R$ 20.000,00 para cada um pelo crime e que os alvos do crime seriam Paulo Sérgio e sua esposa.

Na data do dia 21 de Outubro, o primo do genro da vítima trouxe os dois pistoleiros até a cidade de Naviraí e que segundo, um dos pistoleiros seria o dia em que crime iria acontecer e que quem iria dar fuga seria o próprio primo, mas devido ao imprevisto dos pistoleiros terem a motocicleta apreendida pela Polícia Rodoviária Federal no estado de Paraná, eles foram apenas deixados na cidade de Naviraí. Já no município, foi realizado contato com uma quarta pessoa, no qual, foi responsável em dar fuga aos pistoleiros e para isso iria receber uma quantia de R$ 5.000,00 para não levantar suspeitas.

Os pistoleiros e o motorista de fuga passaram a noite do dia 22 de Outubro, para o dia 23 (dia do crime) na cidade de Itaquiraí (MS), já no dia do crime, o primo do genro da vítima dirigiu o veículo GM Monza usado no crime, da cidade de Palotina até a cidade de Itaquiraí, onde entregou os veículos aos pistoleiro.

Logo após os pistoleiros se deslocaram até Naviraí, onde praticaram o crime, sendo apoiados pelo motorista de fuga, o qual os retirou da cidade em um veículo modelo Astra, conforme apurado os pistoleiros não chegaram a receber pelo crime, sendo que o único pagamento dado pelo crime até então foram as armas usadas no crime e um carro modelo Citroen C5, ano 2001, que encontra-se apreendido na Delegacia de Polícia de Palotina).

Operação Indignus Heres – O nome faz menção ao Art. 1.814 do Código Civil Brasileiro o qual prevê que a indignidade constitui pena civil que priva do direito de herança não só os herdeiros, bem como os legatários que cometeram os atos criminosos ou reprováveis contra o autor da herança, ou seja, a lei, ao conceder o afastamento do herdeiro indigno, faz um juízo de reprovação, visto tal gravidade do ato. É uma questão de moral e lógica de que quem pratica atos de indignidade seja impedido de receber tal beneficio.

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