'Dor sem remédio', diz prima de vítimas pisoteadas em baile funk
Casal deixou duas filhas: “Elas têm grandes mulheres como avós, estarão em boas mãos”, afirma a prima; chegada da PM causou tumulto no local
Cidades|Guilherme Padin, do R7
“Ela era uma mulher batalhadora, animada, feliz... Onde chegava conquistava muitas amizades. Vai deixar saudades”, diz Erlania Silva sobre a prima e amiga Mikaely Maria de Lima Lira, de 27 anos, uma das três vítimas fatais do tumulto que ocorreu em um baile funk em Guarulhos (Grande São Paulo), na madrugada do último sábado (17).
Marcelo do Nascimento Maria, marido da jovem, e Ricardo Pereira da Silva, 21, também morreram durante a confusão causada após a Polícia Militar chegar ao local. A polícia alega que perseguia suspeitos que teriam fugido para o local do baile. Ricardo não tinha relação com a família de Mikaely e Marcelo, segundo a prima da vítima.
Veja também: Ação da PM iniciou tumulto que deixou 3 mortos em baile funk
De acordo com testemunhas que compareceram à delegacia, as vítimas estavam em uma festa quando ocorreu o tumulto e, em seguida, os jovens foram pisoteados. Eles receberam atendimento médico, mas não resistiram aos ferimentos.
Mikaely e Marcelo trabalhavam na empresa de limpeza do pai da jovem, José Geraldo de Lira. Casados desde 2007, eles deixaram duas filhas: Juliana, de quatro anos, e Thayna, de oito.
Em entrevista ao R7, Erlania conta que, apesar das perdas, as meninas estarão em ótimas mãos: “Não sei com quem vão ficar, mas as duas avós (Marilene, avó paterna, e Socorro, materna) são grandes mulheres. Se ficarem com uma das duas, estarão em boas mãos”.
A jovem garante que Marilene e Socorro “têm condições de criar as netas não só moral, mas financeiramente também”.
Para Erlania, o casal formava uma família alegre e de ótima relação. “Eles eram muito unidos e gostavam de festa. Eles até não gostavam muito de funk e fiquei surpresa quando minha outra prima disse que eles iam [ao baile]”.
Leia mais: A noite em que o R7 caiu no 'pancadão' do Grajaú, em São Paulo
Muito abalada, Erlania lamentou: “Minha Mika linda. Eu amo eles! É muita dor, uma dor que não tem remédio que cure”.
Versão da PM
“O 8º Distrito Policial de Guarulhos investiga a morte de três pessoas após um tumulto, ocorrido na madrugada de sábado (17), durante um baile funk, em Guarulhos. O Setor de Homicídios da cidade acompanha o caso. A PM também instaurou inquérito policial militar para apurar todas as circunstâncias dos fatos e verificar se há conexão entre as mortes e uma tentativa de abordagem, em que os suspeitos fugiram em direção à festa.”