Em barco, bombeiro que atua no trabalho de resgate no RS liga para mãe; veja vídeo
Imagens feitas pela reportagem mostram o capitão Rodrigo Bueno, comandante da força-tarefa do órgão do Mato Grosso do Sul
Cidades|Bruna Lima, do R7, enviada especial a São Leopoldo
Imagens gravadas pela reportagem do R7, que está em São Leopoldo, na região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, mostram um telefonema que tomou o lugar, mesmo que por instantes, da tristeza que tem abatido o estado, devastado pelas fortes chuvas. É a ligação do Dia das Mães, comemorado neste domingo (12), pelo comandante da força-tarefa do Corpo de Bombeiros do Mato Grosso do Sul, capitão Rodrigo Bueno, que está trabalhando no resgate de vidas no local.
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“Feliz dia das mães. Oh, meu querido, mande um abraço também e um feliz dia das mães para a Adriana. Beijo, beijo. Eu não consigo ouvir vocês, tá. Deus abençoe”, diz Bueno, em um barco, navegando pela cidade completamente alagada. “Bom dia, estou ligando para desejar feliz dia das mães: Amandita, minha esposa, vovó e a Bibis. A Vi também. Feliz dia das mães”, acrescenta o bombeiro.
A reportagem do R7 falou também com a manicure Gicele Cristina Lima da Silva, de 57 anos, que está em um dos 88 abrigos de São Leopoldo. Ela relatou que foi para a casa de um vizinho, que tinha um sobrado, depois que o local que ela morava foi inundado.
Gicele conta que ela e os familiares decidiram não evacuar antes que os animais de estimação também pudessem ser levados. “Decidimos que sem os animais, a gente não ia sair”, enfatiza. Segundo ela, um barco chegou para fazer o transporte de todos quando faltava apenas um degrau para a água alcançar o lugar que a família estava.
Para além da tragédia ambiental atual, a manicure perdeu a mãe recentemente. “A minha mãe faleceu no dia 20 de fevereiro. Então vai fazer três meses que ela faleceu. É muito recente. Então para dizer que no dia das mães... Mãe a gente é todo dia, mãe não tem folga, mãe é mãe. Você vai almoçar, se preocupa com filho. Vai dormir, se preocupa com filho. Então não é só exatamente no dia das mães, mãe é mãe 24 horas”, afirma.
“E a preocupação é a mesma: só o sentimento de uma perda de uma mãe. Que a mãe, com essa tragédia toda, muitos não vão ter a mãe, porque perderam na tragédia. Eu sinto muito por todos. Dizem que Deus não dá o fardo mais pesado que a gente não pode carregar, a gente tá segurando a nossa, estamos vivos. A gente tem saúde, tem nossos bichinhos, tem a nossa vida, e tudo se reconstrói depois”, completa Gicele.