'Estupro culposo': absolvido é filho de advogado que representa Globo
André de Camargo Aranha é filho do advogado Luiz de Camargo Aranha Neto, que atua como representante de empresas do grupo na Justiça
Cidades|Do R7
O empresário André de Camargo Aranha, absolvido após um juiz aceitar a tese de "estupro culposo", um crime não previsto em lei, mas que significaria um abuso sexual praticado sem a intenção, é filho do advogado Luiz de Camargo Aranha Neto representa, que representa empresas do Grupo Globo em ações judiciais.
André de Camargo Aranha foi inocentado em uma decisão polêmica do juiz Rudson Marcos, da 3ª Vara Criminal de Florianópolis. Na audiência de instrução e julgamento do processo, o magistrado não interveio quando o advogado do acusado de estupro afirmou que a jovem, possível vítima, tem como "ganha pão" a "desgraça dos outros", nem quando foram mostradas fotos sensuais da garota sem qualquer relação com o fato apurado, para questionar a acusação.
Entenda o caso
O processo é de 2018. O estupro, conforme relato de Mariana Ferrer, ocorreu em 15 de dezembro daquele ano em uma badalada festa em Jurerê Internacional, Florianópolis. O empresário André de Camargo Aranha era o acusado. Na primeira instância, foi inocentado. O caso voltou à tona nesta terça-feira (3), apósvazarem trazer imagens da audiência de julgamento.
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Na gravação, o advogado de Aranha, Cláudio Gastão da Rosa Filho, dispara uma série de acusações contra Mariana, que chega a ir às lágrimas e implora ao juiz que preside a audiência: "Excelentíssimo, eu estou implorando por respeito, nem os acusados são tratados do jeito que estou sendo tratada. Pelo amor de Deus, gente. O que é isso?" As imagens da audiência provocaram reações no meio jurídico e provocou indignação nas redes sociais. Os nomes de André de Camargo, Mariana e a expressão "estupro culposo" ocuparam o Trending Topics do Twitter ao longo do dia.
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Em nota, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina informou que o caso está sendo apurado em procedimento instaurado na Corregedoria-Geral da Justiça no último dia 30.