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Fim das praias cariocas? Estudo indica risco de inundação em Copacabana e Ipanema até 2100

Modelagem da Coppe/UFRJ projeta avanço do mar no Rio e aponta perda de faixas de areia em áreas urbanizadas

Cidades|Do R7, em Brasília

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Bairros como Copacabana estão entre os mais afetados pela elevação dos oceanos Rafael Catarcione/RioTur/Divulgação - 25.08.2021

As praias de Copacabana e Ipanema podem desaparecer até o fim do século, sem espaço para o recuo natural da areia diante da elevação do nível do mar.

A projeção vem de um estudo inédito da Coppe/UFRJ (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro), publicado na revista Natural Hazards, que analisou com alta precisão os impactos das mudanças climáticas sobre a orla carioca.


Usando o sistema ROMS (Regional Ocean Modeling System), aliado a um modelo digital de elevação, pesquisadores do Laboratório de Métodos Computacionais em Engenharia (Lamce) simularam a elevação do mar em até 69 centímetros até 2100.

O levantamento indica que bairros como Copacabana, Ipanema, Leme, Leblon, Botafogo e Flamengo estão entre os mais afetados.


“Nos centros urbanos dos municípios do Rio de Janeiro e Niterói, as principais mudanças correspondem à redução na largura das praias de areia, incluindo Copacabana e Ipanema, que não poderão recuar devido à intensa urbanização, e ao aumento da área superficial das lagoas Rodrigo de Freitas e Piratininga”, afirma Raquel Toste, uma das autoras da pesquisa.

Consequências em outros locais do Rio

A modelagem também revela risco de ampliação das lagoas costeiras e de extinção dos manguezais da Baía de Guanabara — ecossistemas essenciais para o equilíbrio ambiental da região.


Mesmo em cenários com controle parcial do aquecimento global, os impactos sobre o litoral são considerados inevitáveis sem políticas locais de adaptação.

“As projeções globais não abordam inundações costeiras de forma detalhada. O modelo regional permite enxergar dinâmicas específicas, como correntes, marés e mudanças no nível do mar ao longo do tempo — o que os modelos globais não capturam”, completa Toste.


Com dados sobre frequência, profundidade e duração dos alagamentos, o estudo oferece subsídios técnicos para ações públicas, como obras de contenção, redefinição de zonas de risco e proteção de ecossistemas.

“Ao focar exclusivamente na elevação do nível do mar e no fortalecimento das correntes oceânicas, obtemos insights valiosos sobre os processos de inundação costeira em nossa região de estudo, permitindo um planejamento mais eficaz do controle de inundações urbanas em eventos de chuvas intensas atuais e futuras”, aponta o estudo.

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