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Paisagista agredida pede que ao ouvirem por socorro as pessoas ajam

Elaine Caparroz foi agredida durante quatro horas por homem que havia conhecido em aplicativo de encontros

Folha Vitória

Folha Vitória|Do R7

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A paisagista Elaine Caparroz, violentamente agredida durante um encontro, pelo advogado Vinícius Serra, fez um apelo para que vizinhos ajam e chamem a polícia sempre que escutarem uma mulher pedindo por socorro. Ela prestou depoimento, nesta segunda-feira (25), na 16ª Delegacia de Polícia, na Barra da Tijuca, à delegada Adriana Belém.

“Eu acho que isso é uma coisa importante, porque se tivesse alguém arrombado a porta, eu não teria passado tudo o que eu passei. Então é muito importante que alguém, quando ouve por socorro, realmente dê o socorro”, disse Elaine, ainda visivelmente abatida e com as marcas das agressões no rosto e no restante do corpo.

Ela também fez questão de agradecer às pessoas que a socorreram, após a sessão de agressões impetrada por Vinícius, o jovem que ela conheceu pela internet e o recebeu em seu apartamento, no último dia 16, na Barra da Tijuca.

“Eu quero agradecer às pessoas que salvaram a minha vida, porque quando fui encontrada, estava praticamente morta. Gostaria de agradecer a todo o trabalho impecável da polícia e espero que a Justiça ratifique esse trabalho, porque eu estou tendo a oportunidade de expor tudo o que eu passei, mas muitas mulheres não têm essa oportunidade. Então eu espero, de coração, que isso mude no Brasil, que a Justiça possa dar uma atenção maior para a gente conseguir combater esse tipo de crime e evitar que esses delinquentes fiquem soltos, com penas mais rígidas. Pois não adianta você denunciar e depois eles saem e voltam a cometer novos crimes ou até acabar o que eles começaram”, declarou Elaine.


A delegada Adriana Belém disse que concluiu o inquérito e o remeteu à Justiça, que poderá pedir novas investigações, se for o caso. Segundo ela, Vinícius foi enquadrado por tentativa de feminicídio, independentemente se ele for avaliado, posteriormente, com algum problema mental, como chegou a argumentar, de que teve um surto.

“Hoje termina aqui. A polícia dá por concluído, foi [tentativa de] feminicídio, não vejo a menor possibilidade de surto psicótico. Acho que ele teve uma atitude monstruosa. Além das agressões no rosto, ele chegou a arrancar pedaços dela. Eu não posso entender que uma pessoa dessas seja capaz de conviver na sociedade”, disse Adriana Belém. A delegada também enfatizou que é necessário agir quando alguém pede por socorro, chamando a polícia ou tomando alguma atitude.


“A gente aproveita a oportunidade para pedir às pessoas não se calarem diante de um pedido de socorro. Talvez a Elaine tenha tido sua vida preservada porque lutou até o final, pediu socorro e foi ouvida. Essa máxima de que em briga de marido e mulher ninguém se mete, tem que se meter, sim. É uma vida que podemos salvar ali. Desde que ouçam um grito de desespero, as pessoas têm que se humanizar, têm que chamar a polícia, sim, tem que tentar ajudar”, disse a delegada.

O agressor, que é formado em direito, está custodiado em um hospital psiquiátrico, onde passará por exame de sanidade mental. Segundo Adriana Belém, ninguém de sua família, embora convocados a prestarem depoimento, esteve na delegacia.

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