Jovem que cheirou pimenta responde a estímulos em tratamento com fonoaudióloga
Profissional explica as sessões de neurofotobiomodulação feitas em Thais, que teve parte da função cerebral afetada pela alergia
Cidades|Isabelle Amaral, do R7
A trancista Thais Medeiros, que chegou a ficar internada por cinco meses após ter uma reação alérgica ao cheirar pimenta, está respondendo aos estímulos do tratamento que tem feito com uma fonoaudióloga.
Adriana Medeiros, mãe de Thais, publicou um vídeo na terça-feira (17), nas redes sociais, com o momento em que a filha consegue engolir durante o tratamento. Veja o vídeo abaixo.
"Ainda teremos muitas lutas pela frente, mas, com fé em Deus e as orações, vamos vencer essa batalha", escreve Adriana.
Ao R7, a fonoaudióloga Poliana Guimarães (CRFa5 6678) explica como funciona o tratamento chamado de neurofotobiomodulação. A técnica consiste no uso de um laser infravermelho de baixa intensidade em pontos específicos do cérebro.
No vídeo, Poliana aparece aplicando o tratamento em Thais: "Daqui alguns dias você vai estar tomando suco", diz a especialista.
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Thais Medeiros passou mal no dia 17 de fevereiro, na casa do namorado. Ela foi levada às pressas ao hospital e chegou a ficar sem respostas neurológicas. Por conta disso, a fonoaudióloga explica que o cérebro dela teve "uma chuva de granizo, e muitas partes foram totalmente danificadas".
O laser infravermelho usado no tratamento aumenta a oxigenação, fazendo com que os estímulos táteis, térmicos e gustativos voltem a ter função, segundo Poliana.
A especialista conta ainda que está na quarta sessão do tratamento com Thais. "É um processo lento. A paciente estava com uma mordida travada. Hoje, já consegue abrir sutilmente a mandíbula, está conseguindo deglutir a própria saliva com maior frequência", afirma.
Além do laser, Poliana usa outras técnicas para estimular o organismo da jovem, como bandagem e reflexologia podal.
Apesar de o caso da trancista ser delicado, a fonoaudióloga conta que o cérebro tem o processo de neuroplasticidade.
"Podemos, sim, fazer um trabalho de eficácia no caso da Thais, como já visto por outros pacientes que atendi com o cérebro danificado como o dela", ressalta.
Internação
Thais ficou internada por cinco meses em um hospital de Goiânia e, agora, continua com o tratamento em casa, ao lado dos pais e das duas filhas.
Os pais da trancista adaptaram a residência para o conforto da filha enquanto ela vive esse processo, com maca e respirador.
Alergia a pimenta
A jovem teve uma reação alérgica após ter sentido o aroma de pimenta-bode enquanto cozinhava com o namorado, Matheus Lopes, em Goiás, no dia 17 de fevereiro.
Segundo especialistas, a alergia a pimenta é rara e, quando há essa intolerância, como a de Thais, ocorre uma resposta com a produção de anticorpos contra a proteína do alimento (chamado de IgE), o que gera um processo inflamatório.