Juiz sorteia sete jurados para julgamento de réus da Kiss
Apenas uma mulher compõe o conselho que julgará Luciano Bonilha, Marcelo dos Santos, Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann
Cidades|Fabíola Perez, do R7, em Porto Alegre (RS)
Os sete jurados que julgarão os quatro réus acusados de homicídio simples foram sorteados pelo juiz Orlando Faccini Neto na manhã desta quarta-feira (1º). Todos os jurados selecionados participam do Conselho de Sentença do Tribunal, e apenas uma mulher compõe o grupo que julgará os acusados. Os nomes não serão divulgados.
Leia também
“É natural que falem sobre alguma coisa, mas não sobre o processo. Peço que não exteriorizem nada sobre o caso. Uma manifestação indevida dos jurados põe tudo a perder”, disse o juiz. “Peço que mantenham toda a reserva sobre isso. Poderemos conversar sobre todos os assuntos.” Orlando Faccini Neto disse ainda que os oficiais do Tribunal do Júri darão as informações. Os jurados ficarão sem acesso ao celular e à internet durante os dias em que ocorrerá o julgamento.
O juiz presidente do Tribunal do Júri começou os trabalhos para o julgamento às 9h17 no plenário. Orlando Faccini Neto analisou os pedidos das partes, entre eles uma solicitação da defesa do sócio da boate Kiss Elissandro Spohr que questiona a maquete virtual apresentada pelo Ministério Público. Segundo o advogado de Spohr, a reconstituição não teria as medidas de degraus convergentes para a planta da boate.
Logo depois, o juiz verificou a presença dos réus e dos advogados no plenário. O produtor musical Luciano Bonilha, de 43 anos, não esteve no plenário durante o início dos trabalhos. Ele chegou ao prédio do Foro Central de Porto Alegre sensibilizado e teve de ser atendido na enfermaria.
Tempo para defesa
A manhã foi marcada por combinações e acordos entre juiz, defesa e acusação antes do início do julgamento dos réus da boate Kiss. Após o sorteio dos sete jurados que julgarão o caso, Orlando Faccini Neto concedeu a palavra a um dos advogados que representa o réu Luciano Bonilha, produtor musical acusado de acender o artefato que começou o incêndio.
Jean Severo questionou o tempo dado à defesa dos réus. “Os jurados têm que conhecer o processo, eu não faço um Miojo em 37 minutos”, o advogado subiu o tom.
Outro advogado da defesa de Luciano questionou a presença do ex-prefeito de Santa Maria no júri. “Não tem serviço administrativo municipal ou estadual que se sobreponha aos interesses do Poder Judiciário. Todo mundo está vendo isso como um benefício do ex-prefeito. A defesa de Luciano não pode concordar.”
O juiz Orlando pediu ainda que, caso fossem publicadas imagens fortes durante o depoimento das vítimas, as partes deveriam informar previamente.