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Kiss: réu chega ao julgamento chorando. 'Não sou assassino!'

Júri dos quatro réus começa nesta quarta-feira (1º). TJ-RS espera receber cerca de 300 pessoas que acompanharão a sessão

Cidades|Fabíola Perez, do R7, em Porto Alegre (RS)

O réu Luciano Bonilha, 43 anos, chegou ao prédio do Foro Central de Porto Alegre, nesta quarta-feira (1º), para o primeiro dia do julgamento dos quatro acusados de homicídio simples pelo incêndio da Boate Kiss aos gritos de “eu não sou assassino”. Ele caminhava acompanhado do advogado de defesa e, ao subir as escadas, deu a declaração à imprensa.

Depois de quase nove anos, o júri vai decidir o destino dos quatro denunciados pelo Ministério Público. Além do produtor cultural da banda Gurizada Fandangueira, que se apresentava no local na noite da tragédia, o músico Marcelo de Jesus dos Santos e os dois sócios da boate, Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, serão julgados por homicídio simples.

Nas imagens, Bonilha aparece bastante abalado e chorando enquanto era conduzido pela defesa e cercado por policiais e pela imprensa no local (veja no vídeo abaixo). Luciano precisou ser atendido pela enfermaria do tribunal do júri e compareceu no plenário somente às 10h08, cerca de 30 minutos após o início da sessão.

"O Luciano vinha enfrentando esse julgamento de uma forma muito melhor. Ele passou mal, mas depois de 30, 40 minutos e ele voltou ao normal”, disse Gustavo Nagelstein, advogado do réu. “Luciano é um cumpridor de ordens. Ele não tinha escolha naquela, foi determinado que ele fizesse aquilo, ele acendeu os fogos como lhe foi mandado


Em entrevista exclusiva ao R7, Luciano Bonilha diz ainda ouvir os sons e ver imagens da tragédia todos os dias. Nascido e criado em Santa Maria, Luciano, como pede para ser chamado, foi definido no processo como produtor da banda Gurizada Fandangueira, que fazia o show da noite, muito popular na cidade e região até ser desfeita após a tragédia.

Réu chega para o primeiro dia de julgamento do caso da Boate Kiss
Réu chega para o primeiro dia de julgamento do caso da Boate Kiss

Ele comprou, uma semana antes, em uma loja do município, o sinalizador de fogo de artifício que, aceso no palco, e na mão do vocalista da banda, Marcelo Jesus dos Santos, outro dos quatro réus, levou fogo ao revestimento de espuma do teto da Kiss, gerando o gás cianeto que matou a maioria dos jovens por asfixia e paralisia respiratória.

O réu Luciano Augusto Bonilha Leão chora ao chegar para o julgamento
O réu Luciano Augusto Bonilha Leão chora ao chegar para o julgamento

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