Kiss: julgamento será retomado hoje com interrogatório de réus
Produtor musical da banda Gurizada Fandangueira é o primeiro a ser ouvido nesta quinta, o nono dia de julgamento
Cidades|Fabíola Perez, do R7, em Porto Alegre (RS)

O julgamento dos quatro réus acusados da morte de 242 pessoas na tragédia da boate Kiss, em 2013, será retomado nesta quinta-feira (9) com o interrogatório do ex-produtor musical da banda Gurizada Fandangueira Luciano Bonilha. Trata-se do nono dia do Tribunal do Júri, que tem previsão de durar pelo menos até a próxima semana.
De acordo com o sorteio realizado pelo juiz Orlando Faccini Neto, após Bonilha, vão depor o empresário Mauro Hoffmann – sócio da boate à época – e o músico Marcelo de Jesus dos Santos, da banda.
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Nesta quarta-feira (8), o outro sócio da boate na época do incêndio, Elissandro Spohr, prestou depoimento e chorou em diversos momentos, afirmando estar cansado e que pensou em se suicidar. Ao relatar ao juiz os fatos ocorridos na noite de 27 de janeiro de 2013, ele disse que estava do lado de fora da Kiss quando um funcionário correu para avisá-lo sobre o fogo. Spohr, conhecido como Kiko, contou que tentou entrar e que já havia uma multidão correndo para fora. “Eu não sabia o que fazer. Eu disse pra alguém: ‘Me leva pra delegacia’. Eu disse: 'Tá pegando fogo na boate, tá morrendo gente: eu não sei o que fazer". Ela me perguntou: ‘Os bombeiros estão lá?’, e eu disse: ‘Estão’".
A primeira vez que Kiko chorou em seu depoimento foi ao abordar o sucesso que a boate alcançou. “Quando se fala de Kiss, se lembra da parte ruim, e às vezes quando o cara lembra da boa também causa uma coisa porque também teve uma parte boa”, disse ele ao lembrar das ideias que teve para a casa noturna. Contou que o sucesso começou quando ele criou um evento às quintas-feiras chamado Quinta Absoluta. "Foi tudo perfeito. A Kiss começou a ter um sucesso."
Antes de Spohr, foram ouvidos pelo tribunal do júri o ex-prefeito de Santa Maria Cezar Schirmer, seguido pelo publicitário Fernando Bergoli, pelo empresário do setor de bebidas Geandro Kleber de Vargas Guedes e, por fim, pelo promotor de Justiça de Santa Maria Ricardo Lozza.