Lixão que desabou em Goiás operava por decisão judicial apesar de interdições do Estado
Histórico de irregularidades inclui sete autos de infração e múltiplos embargos administrativos desde 2016
Cidades|Do R7, em Brasília

O lixão de Padre Bernardo (GO), que desmoronou na última quarta-feira (18), funcionava irregularmente em área de preservação permanente e sem licença ambiental, mesmo após diversas tentativas de interdição por parte do Governo de Goiás, do Ministério Público Estadual e do MPF (Ministério Público Federal).
Desde 2016, a Semad (Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás) aplicou uma série de sanções contra o local por operar sem licença e descartar resíduos de forma inadequada. Mesmo assim, decisões judiciais – tanto da Justiça Federal quanto do Tribunal de Justiça de Goiás – permitiram a continuidade das atividades com base em liminares.
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A secretária de Meio Ambiente, Andréa Vulcanis, esteve no local do colapso nesta quinta-feira (19) e classificou o episódio como uma “tragédia anunciada”. Segundo ela, centenas de toneladas de lixo atingiram o Rio do Sal, contaminando também um córrego próximo e inviabilizando o uso da água para consumo e agricultura. “Seguimos com todas as medidas administrativas e judiciais para impedir que isso continue acontecendo”, afirmou.
O histórico de irregularidades inclui sete autos de infração e múltiplos embargos administrativos desde 2016. Em 2021 e 2022, foram registradas novas autuações e multas, com determinações de paralisação da atividade — sistematicamente descumpridas. A empresa responsável voltou a ser multada em 2023 por ignorar os embargos anteriores. Em 2024, a Semad reforçou a atuação com mais duas penalidades por reincidência.
Diante do novo colapso, o governo estadual anunciou que vai recorrer à Justiça para tentar restabelecer o embargo e responsabilizar os envolvidos. “O Estado tentou impedir, por todas as vias possíveis, que essa tragédia ambiental ocorresse”, reforçou a Semad em nota.
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