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Moradores do DF são os que mais viajam no país; Acre tem menor percentual

Ao todo, deslocamentos ocorreram em 25,7% dos domicílios do DF; Acre ficou em último lugar do ranking, com 6%, mostrou IBGE

Cidades|Clarissa Lemgruber, do R7, em Brasília

DF, RSe TO lideram ranking nacional Antonio Cruz/Agência Brasil/Arquivo

O Distrito Federal foi a unidade da Federação com o maior índice de viagens no país em 2023. No ano passado, foram registradas viagens em 25,7% dos domicílios particulares do DF. O percentual foi superior ao da média brasileira, que atingiu 15,3 milhões (19,8%) das residências. As informações são da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua — Turismo 2023, divulgada nesta sexta-feira (13) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

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O Rio Grande do Sul aparece logo em seguida, com viagens registradas em 25,5% das residências. Na sequência, vem o Tocantins, com 24,1%.

Ao todo, além do DF, 12 estados apresentaram um percentual maior ou igual ao da média brasileira de domicílios em que houve ocorrência de viagem de ao menos um morador.

Na outra ponta, o Acre ficou em último lugar da lista, com moradores de apenas 6% das residências tendo feito viagens. Ente os últimos, também estão Amapá e Roraima, com 10,3% e 10,6%, respectivamente.


O Rio de Janeiro (15,7%) foi o único estado da região Sudeste a apresentar um percentual menor que a média nacional (19,8%). O mesmo aconteceu com o Mato Grosso (16,9%), no Centro-Oeste, e Santa Catarina (18,9%), no Sul.

No Norte, destacam-se o Tocantins (24,1%) e o Pará (22,7%), enquanto os demais estados dessa região apresentam 13% ou menos de ocorrências de viagens. No Nordeste, Sergipe (21,4%) e Bahia (20,8%) foram os estados com maior percentual de domicílios com ocorrências de viagem, enquanto Alagoas (12,5%) e Pernambuco (11,9%) apresentaram os menores percentuais.


Relação entre renda per capita e ocorrência de viagens

Em 2023, dos 77,4 milhões de domicílios estimados no Brasil, 22% possuíam rendimento mensal domiciliar per capita inferior à metade do salário mínimo. No entanto, entre as residências em que houve ocorrência de viagem de algum morador, 12,9% pertenciam ao grupo de rendimento mais baixo.

O grupo de domicílios com rendimento per capita de 4 ou mais salários mínimos era 7,1% do total de domicílios no país e responsável por 16,4% das casas em que houve ocorrência de viagem. Os domicílios com rendimento de 2 a menos de 4 salários mínimos eram 13,2% do total e representaram 20,7% das residências em que houve viagem de algum morador.


O estudo mostra que o percentual de ocorrência de viagem foi diretamente proporcional ao rendimento domiciliar per capita.

Em 2023, o salário mínimo era de R$ 1.302. Em maio, o governo federal reajustou o valor para 1.320.

Segundo o IBGE, 46% dos domicílios com rendimento per capita de 4 ou mais salários mínimos tiveram ocorrência de viagem de algum morador, sendo o grupo de maior incidência.

Por outro lado, a taxa de ocorrência de viagem nos domicílios com rendimento domiciliar per capita menor que meio salário mínimo foi de 11,6%, indicando que, apesar da melhora em relação aos outros anos da pesquisa, em quase 90% dos domicílios nesta faixa de rendimento per capita não houve ocorrência de viagem.

Número de viagens realizadas

Em 73,7% dos 15,3 milhões de domicílios em que ocorreram viagens, houve ocorrência de uma viagem de algum morador nos últimos três meses. Em 15,3% houve duas viagens, e em 2% houve cinco viagens ou mais.

Desde 2022, ano com menor número de domicílios com ocorrência de viagem, a proporção de domicílios com 2, 3 e 4 viagens aumentou, reduzindo a proporção nos grupos com 1 viagem e 5 viagens ou mais.

De acordo com as informações, em 2020, 85,1% das viagens ocorreram por finalidade pessoal, em 2021 o percentual foi de 85,4%, e em 2023 esse valor foi de 85,7%, incluindo as viagens nacionais e internacionais.

Meio de transporte utilizado

Durante o período da pandemia de Covid-19, nos anos de 2020 e 2021, o percentual de viagens em meios de transporte não coletivos, como carro particular ou de empresa, com 57,5% e 57,2%, respectivamente, foram maiores que em 2023, quando este meio de transporte foi de 51,1%.

As viagens de avião, que foram pouco superiores a 10% em 2020 e 2021, chegaram a 13,7% em 2023, bem como nas viagens de ônibus, que também apresentaram aumento no ano passado.

Viagens profissionais

As viagens profissionais para negócio ou trabalho, apesar do crescimento das ocorrências, apresentou redução na sua participação. Assim, em 2021, o país registrou 1,5 milhão de viagens para negócio ou trabalho, o que representava 87,7% das viagens profissionais. Em 2023, esse número chegou a 2,4 milhões, sendo esse valor 82,4% das viagens profissionais.

O IBGE informa que esse aumento ocorreu após o fim das restrições de viagens, estabelecidas por autoridades sanitárias ou assumidas pelas pessoas.

Já a redução da proporção é explicada pelo aumento das viagens para eventos e cursos para desenvolvimento profissional, outra subcategoria das viagens profissionais, que foi de 95 mil viagens (5,3%) em 2021, para 350 mil viagens (11,6%) em 2023, um aumento de 268,4%.

Viagens pessoais

Já entre as viagens de cunho pessoal, aquelas que tinham como motivo lazer, visita ou evento de familiares e amigos, foram em média 71,5% do total de viagens no ano passado.

As viagens para tratamento médico ou consulta médica foram motivo de 19,8% do total das viagens em 2023, percentual muito próximo ao do ano de 2021 (19,6%) e um pouco maior que o percentual de 2020 (17,3%).

As viagens na categoria Outro foram 8,4% das viagens em 2023, percentual menor que em 2020 (11%) e em 2021, quando 9,3% das viagens tiveram esse motivo. Essa categoria abrange motivos como compras pessoais, curso, estudo ou congresso pessoal, religião ou peregrinação, bem-estar, entre outros.

Por que os brasileiros não viajam?

Em 2023, dos 62,1 milhões de domicílios em que não houve viagem, o motivo foi falta de dinheiro em 24,9 milhões (40,1%). Em 11 milhões, as pessoas alegaram falta de tempo (17,8%) e, em 11,8 milhões de lares (19,1%), os residentes não viram necessidade de haver viagem.

Em 2023, a pesquisa revelou que em 62,1 milhões de domicílios não houve viagem. Se por um lado houve desinteresse, falta de necessidade ou outro motivo para os moradores de 19,4 milhões de domicílios, por outro, a demanda por viagens nos outros 42,7 milhões de domicílios foi reprimida pela falta de dinheiro, tempo, saúde ou por terem outra prioridade.

Razões pelas quais os brasileiros não viajaram em 2023
Razões pelas quais os brasileiros não viajaram em 2023 Luce Costa/R7


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