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Mulheres negras e jovens são as principais vítimas de violência de gênero no campo

Pesquisa também mostrou que 75% dos crimes ocorreram dentro das casas das vítimas

Cidades|Victoria Lacerda, do R7, em Brasília

Mulheres negras e jovens são as principais vítimas de violência de gênero no campo
Violência de gênero no campo Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil - Arquivo

Um estudo da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), publicado na Revista Brasileira de Epidemiologia, revela que as principais vítimas de violência de gênero no meio rural são mulheres negras, jovens, com baixa escolaridade e casadas. A pesquisa analisou 79.229 denúncias registradas no Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) do SUS (Sistema Único de Saúde) entre 2011 e 2020.

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De acordo com o levantamento:

  • Raça/cor: 51,7% das vítimas eram pretas e pardas;
  • Idade: 41,3% tinham entre 18 e 29 anos;
  • Escolaridade: 39,8% tinham ensino fundamental incompleto;
  • Estado civil: 53% eram casadas.

A maioria dos agressores (53%) era companheiro — marido ou namorado. A pesquisa também mostrou que 75% dos crimes ocorreram dentro das casas das vítimas, envolvendo violências como:

  • Violência física: predominante em 59,2% dos casos, ocorrendo por meio de espancamento e uso de força corporal;
  • Psicológica/moral: representou 36,5% das notificações, sendo mais comum entre mulheres casadas (59,6%);
  • Sexual: correspondeu a 6,2%, sendo mais frequente entre mulheres solteiras (48,5%).

Outros métodos incluem ameaças (21,5%) e envenenamento (14,6%).


O aumento das notificações entre 2011 e 2020 foi atribuído pela pandemia de Covid-19, que agravou a violência doméstica, e pela universalização dos procedimentos de comunicação da violência em serviços de saúde e assistência social em 2011.

Apesar disso, acredita-se que muitos casos de violência psicológica e sexual continuam subnotificados devido à dificuldade de reconhecimento e ao medo das vítimas.

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