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PCC cresce fora do Brasil e já opera em 28 países, diz promotor

Segundo Gakiya, o grupo — fundado em 1993 Casa de Custódia de Taubaté (SP) — hoje conta com cerca de 40 mil integrantes

Cidades|Victoria Lacerda, do R7, enviada especial a São Paulo*

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Nos países da América do Sul, o PCC já reproduz a mesma estrutura de comando que mantém nos presídios brasileiros
Nos países da América do Sul, o PCC já reproduz a mesma estrutura de comando que mantém nos presídios brasileiros Arquivo/Agência Brasil

A facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) já se expandiu para 28 países, onde passou a operar com estruturas próprias, inclusive dentro de presídios estrangeiros.

A informação foi apresentada pelo promotor Lincoln Gakiya, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público de São Paulo, durante o seminário internacional “Crime Organizado e Mercados Ilícitos no Brasil e na América Latina”, realizado nesta semana pela Universidade de São Paulo.


Segundo Gakiya, o grupo — fundado em 1993 por um pequeno grupo de presos na Casa de Custódia de Taubaté (SP) — hoje conta com cerca de 40 mil integrantes, muitos deles espalhados por países da Europa e das Américas, incluindo Estados Unidos, Portugal, Espanha, Argentina, Chile e Holanda.

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“Antes, a presença do PCC nesses países estava ligada a necessidades logísticas. Agora, a organização está enraizada nesses lugares”, afirmou o promotor, ao apresentar dados de inteligência que revelam a consolidação da facção em território estrangeiro.


Nos países da América do Sul — como Paraguai, Bolívia, Chile e Argentina —, o PCC já reproduz a mesma estrutura de comando que mantém nos presídios brasileiros. Cada unidade opera sob a liderança de um membro chamado “sintonia”, responsável por coordenar presos batizados e controlar operações externas. Há ainda as funções de “sintonia progresso”, ligada ao tráfico de drogas, e “disciplina”, que garante o cumprimento das regras internas e resolve disputas no chamado tribunal do crime.

De acordo com Gakiya, o modelo ideológico e de organização prisional da facção é o seu principal vetor de expansão internacional, especialmente nos sistemas carcerários europeus. “O maior perigo do PCC é a sua origem prisional. Eles têm poder de organização e uma disciplina muito rígida, que se dissemina com facilidade nos presídios. Esse é o maior risco para os países europeus”, alertou.


O promotor também destacou que, além de exportar suas práticas, o PCC tem aprendido com organizações criminosas estrangeiras, especialmente com grupos italianos, no aperfeiçoamento de esquemas de distribuição de drogas e lavagem de dinheiro sem circulação formal dos recursos.

A atuação da facção no exterior é monitorada por um setor interno chamado “Sintonia dos Países”, que funciona de forma semelhante à “Sintonia dos Estados” dentro do Brasil. Ambos coordenam a expansão territorial e reportam-se à cúpula da organização em São Paulo. O mapeamento das atividades foi possível graças a cruzamentos de dados de inteligência, quebras de sigilo telefônico e telemático e cooperação com autoridades internacionais.


Veja a seguir a lista dos 28 países onde o PCC já mantém atuação identificada, segundo o Ministério Público de São Paulo:

  • Alemanha;
  • Argentina;
  • Bélgica;
  • Bolívia;
  • Chile;
  • Colômbia;
  • Equador;
  • Espanha;
  • Estados Unidos;
  • França;
  • Guiana Francesa;
  • Guiana;
  • Holanda;
  • Inglaterra;
  • Irlanda;
  • Itália;
  • Japão;
  • Líbano;
  • México;
  • Paraguai;
  • Peru;
  • Portugal;
  • Sérvia;
  • Suíça;
  • Suriname;
  • Turquia;
  • Uruguai;
  • Venezuela.

*A repórter viajou a convite da Philip Morris Brasil

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