PM é preso suspeito de chacina em Porto Alegre; ele seria pai e marido de vítimas

Delegado reforçou que a prisão é temporária e não significa que ele seja o autor dos disparos

10/06/2016 - 13h48 (Atualizado em 23/02/2024 - 08h58)

A Polícia Civil de Porto Alegre prendeu, nesta quinta-feira (9), um policial militar da reserva suspeito de matar cinco pessoas da mesma família na capital. O homem, cujo nome não foi divulgado, tem laços com duas vítimas da chacina: é pai do bebê e marido da mulher mortos. O crime aconteceu na semana passada no bairro Jardim Itú-Sabará, na zona norte do município.

De acordo com o diretor do Departamento de Homicídios, delegado Paulo Grilo, o suspeito foi detido em Tubarão, em Santa Catarina. Em entrevista coletiva, o diretor reforçou que a prisão é temporária e não significa que ele seja o autor dos disparos. O nome do suspeito não foi divulgado.

A Polícia Civil trabalha com a hipótese de crime passional. O policial não aceitaria a paternidade e teria desavenças com a mulher, que tinha 32 anos e morreu com um tiro na cabeça.

A chacina ocorreu no dia 2 e chocou moradores do bairro. Os corpos foram encontrados por uma das filhas da moradora do local, que foi acionada após os vizinhos avisarem que havia cheiro forte na residência.

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Foram encontrados, com marcas de tiros, uma idosa, o casal de filhos e dois netos. As vítimas foram identificadas como Lourdes Felipe, de 64 anos, os filhos Valmir Felipe, de 29, e Luciane Felipe, de 32, e o neto João Pedro Felipe, de cinco, filho de Luciane, além do bebê. Segundo a polícia, o corpo do mais novo estava embaixo da mãe.

Chacina pode ter sido motivada por caso extraconjugal

Cinco pessoas da mesma família foram vítimas de uma chacina na
zona norte de Porto Alegre (RS). Os corpos foram encontrados na quinta-feira
(2) por uma das filhas da moradora do local, que foi acionada após os vizinhos
avisarem que havia cheiro forte na residência. Foram achados, com marcas de
tiros, uma idosa, o casal de filhos e dois netos

De acordo com o delegado da Divisão de Homicídios da capital, Gabriel Bicca, os corpos já estavam ali há algum tempo, devido ao
estado de decomposição. Vizinhos disseram à Rede Record que não notaram movimentação
na casa e não se via mais os moradores havia alguns dias. Somente o cheiro
forte vinha de dentro da casa

As vítimas foram identificadas: Lourdes Felipe, de 64 anos,
os filhos Valmir Felipe (foto), de 29, e Luciane Felipe, de 32, e o neto João Pedro
Felipe, de cinco, filho de Luciane. O nome do bebê, de apenas um mês, não foi
divulgado. Segundo a polícia, o corpo do mais novo estava embaixo da mãe

Assustada com o silêncio da família, a outra filha de dona Lourdes,
que não mora na casa, decidiu chamar um chaveiro para abrir a porta do imóvel. Lá,
encontrou os corpos da família. As vítimas estavam mortas há pelo menos cinco
dias

Nas portas de acesso à residência não havia marcas de arrombamento. No entanto, móveis e utensílios domésticos estavam revirados. Cápsulas foram encontradas pelo imóvel, mas nenhuma arma foi localizada

Os vizinhos dizem não ter notado nenhuma movimentação estranha
nem barulho de tiro. Segundo uma vizinha que conhecia as vítimas há mais de 40
anos, desde que Luciane teve o bebê a família mudou o comportamento, ficando
mais fechada em casa

As duas crianças eram filhas de Luciane. De acordo com
conhecidos, a mulher havia se desentendido com o último namorado, pai do filho
mais novo. Ela estaria recebendo ameaças dele e da mulher dele. O casal mora em
Santa Catarina

O irmão de Luciane, Valmir também morava na casa. O jovem
estava separado da mulher e não trabalhava. Ele havia sido preso duas vezes: falta
de pagamento de pensão ao filho de oito anos e agressão à criança. O corpo de
Valmir estava no mesmo cômodo que o da irmã. Ao lado dele, havia dez porções de
crack e cocaína

A matriarca da família era dona Lourdes, aposentada de 64
anos. Ela era viúva de Salvador, um ex-jogador do Sport Clube Cruzeiro. O marido
morreu há dois anos e deixou para a mulher a casa onde eles moravam e uma
pensão de R$ 12 mil. Com este dinheiro, ela sustentava os filhos e os netos
Na foto, Luciane, uma das vítimas

A polícia já descartou duas possibilidades: latrocínio (roubo
seguido de morte) e homicídio seguido de suicídio. A polícia investiga se o
crime foi passional, motivado por vingança ou ligado ao tráfico de drogas. Cerca
de 15 pessoas já prestaram depoimento

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