Policiais morrem 2,5 vezes mais de covid do que em confrontos
Foram 472 mortes por infecção peo novo coronavírus, contra 194 policia assassinados no Brasil em 2020, aponta Anuário
Cidades|Do R7
O número de policiais mortos por covid-19 em 2020, supera em 2,5 vezes o número dos assassinados, de acordo com dados divulgados do Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública na manhã desta quinta-feira (15).
No ano passado, atuando como serviço essencial, 472 policiais faleceram após infecção pelo novo coronavírus, contra 194 vítimas de homicídio. Entre os policias assassinados, 72% estavam de folga, a quase totalidade eram homens (98,4%), 62,7% eram negros e 58,9% tinham entre 30 e 49 anos.
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No total, 29,5% dos policiais brasileiros testaram positivo para covid-19.
Mesmo com um número alto de casos e mortes, 49,7% dos policiais ouvidos na pesquisa acreditam que o Governo Federal está realizando ações para auxiliar seu trabalho na pandemia, sendo 57,4% entre policiais militares e 31,8% entre os policiais civis. No entanto, 85% dos entrevistados afirmaram que tem medo de ser infectado pelo coronavírus durante o trabalho.
Abordagens na pandemia
Questionados sobre as abordagens neste período de pandemia, 62,8% afirmaram que se sentiam confortáveis pedir que as pessoas colocarem a máscara.
Porém, menos da metade deles se sente confortável para realizar operações em festas clandestinas (43%) ou dispersar aglomerações (45,8%). E 52,5% disseram que se sentem desconfortáveis em autuar comércios e serviços abertos irregularmente.
Vacinação dos agentes de segurança
Apesar de serem considerados essenciais, a vacinação dos policiais no país começou apenas em abril. Em São Paulo, por exemplo, a Polícia Militar chegou a registrar 1.700 licenças por sintomas de covid em uma semana. Já no mês seguinte, após a imunização, o número caiu para 300, uma redução de 82% dos casos.
"Para mim, foi uma honra ser a primeira policial vacinada, representando todas as forças de segurança de nosso estado. Além de um imenso alívio, pois estamos na linha de frente desde o início. A Polícia Militar não parou um só momento", afirmou na época a 1ª Tenente Rosemeire Santos de Miranda, de 43 anos.